Em entrevista ao programa Bar do Vaz, apresentado pelo jornalista Roberto Vaz, a candidata à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Acre, Marina Belandi, abordou nesta quinta-feira, 7, diversos temas que marcaram sua trajetória e sua proposta para a entidade. Durante a conversa, ela fez duras críticas à gestão atual da Ordem e também denunciou práticas que considera prejudiciais à advocacia.
Marina, que é natural do Paraná, compartilhou sua história de vida e carreira. Ela destacou sua experiência na advocacia e nos bastidores da OAB, incluindo passagens pela comissão de prerrogativas, pela vice-presidência e pela presidência de diversas comissões institucionais. Para ela, a decisão de concorrer à presidência da OAB se deve à insatisfação com a gestão atual e à necessidade de mudança.
“Sou advogada, né? Vim do Paraná, e com dois anos de idade minha família se mudou para Nova Califórnia, ali na fronteira entre os estados do Acre e Rondônia. Na época, fazia parte do Acre, mas hoje já é Rondônia. Com 16 anos, vim para cá para estudar e trabalhar. Me formei e sou da primeira turma da Uninorte”, explicou a candidata.
Ao ser questionada sobre os desafios de conciliar a advocacia com a presidência da OAB, Marina garantiu que está preparada para esse desafio. “Sim. Quem já trabalhou comigo ou conhece meu trabalho sabe da dedicação que tenho com a advocacia. Sou advogada em tempo integral. Não existe ‘Marina em casa’ e ‘Marina no escritório’, é um só compromisso”, destacou.
Marina não poupou críticas à gestão atual da OAB, especialmente no que se refere à falta de apoio e ao tratamento dado aos advogados. “Durante todo esse período, tivemos advogados que nem sequer podiam participar de comissões. Por quê? Porque, em algum momento, fizeram parte de comissões ou da chapa opositora à gestão atual. Isso é inadmissível para um verdadeiro líder”, afirmou.
Em outro trecho, Marina criticou a promessa de Rodrigo Aiache durante a última eleição, em que ele se comprometeu a oferecer anuidade zero para a jovem advocacia. “Meu opositor na eleição passada fez uma promessa de anuidade zero para todos os advogados iniciantes. Ocorre que hoje, não sei, mas muitos desse público da jovem advocacia não poderão escolher o seu dirigente futuro da instituição. 50% dos nossos jovens advogados não estão aptos. Eles não tiveram a anistia que ele prometeu, e talvez nem terão o retorno prometido. Eles falam que aumentaram o desconto, mas a promessa dele foi anuidade zero, e foi com isso que ele se pautou muito na advocacia jovem. E é isso, aumentou o desconto, tudo bem, aumentou o desconto, mas quando ele aumenta o desconto, ele cobra cursos. Ele não oferece um retorno à advocacia com convênios e outras questões que são muito caras”, afirmou.
Marina também se mostrou indignada com ataques direcionados às mulheres, especialmente no contexto de sua candidatura histórica. “Sim, especialmente às mulheres, por incrível que pareça. Recentemente, até falaram que estou ‘levando a campanha para uma questão feminina’. E, de fato, sou mulher, não posso negar. E, claro, eu quero uma pauta que atenda aos interesses das mulheres. Não vou negar que estamos fazendo história. Sou a primeira mulher a concorrer ao cargo de presidente da OAB no Acre, e sim, isso é significativo”, disse a candidata.
“Meu adversário sabe que pedi desde o início para não atacar as pessoas ao meu redor. Ele sabe que isso me afeta. Mas uma pauta que defenda a questão feminina é fundamental. O advogado entende que o interesse da advogada também beneficia a categoria como um todo, são direitos iguais”, completou.
Durante o bate-papo, Marina não escondeu os obstáculos encontrados durante sua campanha. “Sim, várias dificuldades”, disse. Ela revelou que a falta de apoio e o boicote por parte da atual gestão foram alguns dos maiores entraves que enfrentou.
“Eu fiz parte, em 2013, do Movimento Mais Mulheres na OAB, que foi um movimento nacional pela paridade, para que as mulheres tivessem 50% de representação nas chapas e cargos de direção”, destacou.
Ao longo da entrevista, Marina reforçou seu compromisso com a classe e com os advogados do Acre. “Não posso ser presidente de uma ordem para poucos. Tenho que ser presidente de uma ordem para todos”, afirmou. Ela também garantiu que sua campanha é pautada pelo respeito, destacando que não há espaço para ataques e baixarias em sua proposta de gestão.
“Toda a minha campanha, desde o início, foi pautada por respeito e sem ataques. Meu objetivo é uma campanha produtiva e positiva para a advocacia, e tenho ido a cada escritório com essa postura, respeitando os colegas”, completou Marina.
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