Um pôster de campanha atribuído à Chapa 7, que disputa a reeleição da presidência da seccional acreana da Ordem dos Advogados do Brasil, causou a revolta de advogados, principalmente das mulheres, e a manifestação de Marina Belandi, concorrente ao cargo pela Chapa 5. A vitima da ofensa registou um boletim de ocorrência sobre o caso.
No pôster, Marina Belandi, o seu candidato a vice-presidente Adriano Lurconvit, o deputado estadual e juiz aposentado Pedro Longo e o advogado Cristopher Mariano aparecem numa foto com as mãos abertas ilustrando o número da Chapa 5, com os dizeres abaixo: “Conheça meus apoiadores”. Em seguida, consta na imagem um tweet (hoje X) de da advogada Fernanda Catarina em que ela fala de experiência pessoal de constrangimento. “E eu que na troca de guarda-roupas passei a vergonha do montador encontrar meu vibrador que estava em uma gaveta emperrada”, escreveu a advogada, apoiadora da Chapa 5 (veja imagem abaixo).
Após a veiculação das imagens em grupos e redes sociais, membros da classe repudiaram a propaganda que, supostamente, foi criada para macular a imagem não só de Fernanda, como também de outros apoiadores de Belandi.
Marina Belandi repudiou a publicação e afirmou que a disputa pela presidência da OAB contém atos machistas, misóginos e preconceituosos proferidos por seus adversários. “Infelizmente, é natural comparações, chacotas e ataques políticos em meio a eleição do que quer que seja, mas nessa eleição o que eu tô vendo de atos machistas, misóginos e preconceituosos proferidos pelos apoiadores da Chapa 7 tem me aterrorizado absurdamente. O que antes se restringia a posicionamento pessoal em grupos, passa a estampar material de campanha!”, escreveu em seu perfil numa rede social.
Já a advogada Fernanda Catarina disse que foi surpreendida pelo conteúdo do pôster e afirmou que a divulgação estava sendo feita por apoiadores da Chapa 7. “Nunca imaginei que algo extremamente íntimo e pessoal fosse ser utilizado de forma política por alguém ou grupo, na intenção de me deslegitimar como profissional e invalidar toda a trajetória de contribuição para advocacia”, escreveu (veja a nota completa no fim da matéria). O ac24horas teve acesso a um boletim de ocorrência feito por ela em que é pedida a responsabilização dos envolvidos.
Foto: Imagem da Internet/reprodução
Por sua vez, Rodrigo Aiache, concorrente de Belandi, alegou total repúdio ao conteúdo do pôster, mas não descartou que a sua elaboração tenha sido feita a partir de seus apoiadores. “Se foi de um integrante da Chapa 7, desde logo te digo que está no lugar errado. Esse tipo de debate não contribui em exatamente nada. Peço tanto aos integrantes da Chapa 7 quanto aos da Chapa 5 que façamos uma campanha baseada em valores, em ideias e propostas”, falou.
Veja a nota de Fernanda Catarina:
Nesta quinta-feira (07/11), logo cedo fui surpreendida pela mensagem de uma amiga, me dando ciência de um conteúdo que estava sendo divulgado por apoiadores da Chapa 7.
Encontrei destacada uma postagem que fiz na minha rede social Twitter há três anos atrás, local em que, até então, eu me sentia confortável em narrar de forma humorada os acontecimentos do meu cotidiano.
Nunca imaginei que algo extremamente íntimo e pessoal fosse ser utilizado de forma política por alguém ou grupo, na intenção de me deslegitimar como profissional e invalidar toda a trajetória de contribuição para advocacia.
Ser uma mulher livre e única provedora de si, tem seus desafios. E mesmo tendo consciência disso, tem sido difícil lidar com a exposição; mesmo sabendo que vítimas de atos como esses não tem culpa, eu me sinto culpada e impotente.
