O presidente Lula parabenizou na manhã de hoje (6) o presidente eleito dos EUA, Donald Trump.
Lula comentou no X a vitória de Trump. O triunfo do candidato republicano sobre Kamala Harris ocorre segundo uma projeção não oficial, mas historicamente aceita. Ela é feita por serviço elaborado por estatísticos a pedido de institutos e meios de comunicação.
Antes das eleições americanas, o presidente brasileiro tinha revelado publicamente sua torcida por Kamala. “Acho que, [com] a Kamala Harris ganhando as eleições, é muito mais seguro de a gente fortalecer a democracia nos Estados Unidos”, declarou o petista, em entrevista ao canal francês TF1+ antes das eleições americanas.
Trump apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022. Durante as eleições vencidas por Lula, o então ex-presidente dos EUA usou as redes sociais diversas vezes para declarar apoio ao republicano no segundo turno das eleições presidenciais.
Lideranças petistas afirmam que as relações entre Brasil e EUA “não mudariam muito”. Fontes ouvidas pelo UOL usam o exemplo do ex-presidente republicano George W. Bush com quem Lula teve excelente relação em seu primeiro mandato, apesar do perfil conservador do texano e de o petista ser, principalmente à época, uma figura de esquerda.
O receio do governo é mais político do que econômico. Há uma avaliação no entorno do presidente Lula (PT) de que uma vitória trumpista deixaria os apoiadores da extrema direita no Brasil (e no mundo) mais “inflamados”.
Os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil. De janeiro a setembro, foram US$ 29,44 bilhões em exportações, atrás apenas da China e da União Europeia, o que representa um aumento de 10% em relação ao mesmo período de 2023.
Esta relação não deve mudar, avalia a equipe econômica. Apesar do perfil mais protecionista do republicano, membros do governo dizem que as gestões dos Estados Unidos são sempre “pragmáticas” e trabalham em um modus operandi parecido. O governo brasileiro lembra que a relação comercial se manteve estável nas últimas mudanças de presidentes dos Estados Unidos, incluindo Trump.
Nome forte no PT prevê que as relações com Trump e a Casa Branca ocorram dentro da “normalidade institucional”. O ex-ministro Tarso Genro (PT-RS) afirma que o presidente eleito “vai tratar o Brasil segundo interesses imperiais agudos”. “Haverá proximidade e afastamento de acordo com a linha de interesse dos dois países, vão ocorrer relações diplomáticas normais. Não se deve esperar nenhum tipo de ruptura, os dois países têm interesse em manter as relações funcionando.”
Trump discursou durante a madrugada e disse que inaugurará uma “era de ouro nos EUA”. “Vamos ajudar nosso país a se recuperar. Nosso país precisa de ajuda, precisa muito. Vamos resolver nossa fronteira e todos os outros problemas”, declarou, antes mesmo de ter sua vitória sacramentada.
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