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Fernanda Onofre afirma que madeireiros querem atuar legalmente, mas falta tecnologia

Por
Saimo Martins

A entrevistada do programa Bar do Vaz, transmitido pelo ac24horas nesta quarta-feira (30), foi a engenheira e empreendedora em inteligência artificial, Fernanda Onofre, que falou sobre o Web Summit, evento de tecnologia em que participará em novembro, em Portugal, e destacou a importância do uso de sua tecnologia, Wood Chat, para combater o desmatamento ilegal na Amazônia.


Fernanda começou explicando o conceito de startup, que significa “começar algo novo” e está associado à inovação nos negócios. Segundo ela, sua tecnologia ainda é inédita no Brasil. “Você tem uma ideia, mas não tem recursos e quer transformá-la em um negócio. Assim, criamos uma startup, que é uma empresa pequena, sem recursos, que busca investidores ou parceiros para alavancar e se tornar uma grande empresa. Essa tecnologia ainda não existe no Brasil; no mundo, já há”, afirmou.


A empreendedora destacou o uso de Inteligência Artificial (IA) no Wood Chat, que identifica espécies de madeira da Amazônia e ajuda a preservar a floresta, reduzindo a exploração ilegal de madeira. “Nossa startup também contribui para manter a floresta em pé, pois a partir do momento em que ajuda na regulamentação, reduz a exploração ilegal. O sistema reconhece a madeira em tora, após a extração do manejo florestal, por meio de uma imagem tirada pelo celular. Qualquer pessoa com WhatsApp consegue utilizar nosso chatbot acessando woodchat.com.br”, explicou.


Onofre revelou ao jornalista Roberto Vaz que a tecnologia permite identificar se a madeira trazida por empresas é legal ou ilegal. “É possível saber de qual espécie é aquela madeira, e se é legal ou não”, disse.


A engenheira afirmou que, até o fim do ano, espera catalogar cerca de 15 espécies de madeira na base de dados do sistema. No momento, há 12 catalogadas. “Estamos catalogando. Até dezembro, vamos ter 15 espécies de madeira em nossa base. Recebemos peças de madeireiras e tiramos cerca de 1.500 fotos de cada uma. Isso alimenta nosso banco de dados, que aprimora a IA para o reconhecimento. Nossa tecnologia é voltada tanto para madeireiros quanto para órgãos de fiscalização, como IBAMA e a Polícia Rodoviária Federal, que podem usar o Wood Chat para identificar espécies e facilitar o preenchimento do DOF (Documento de Origem Florestal)”, detalhou.


Foto: Sérgio Vale

A empreendedora garantiu que os madeireiros desejam trabalhar legalmente, mas enfrentam limitações tecnológicas. “Eles querem operar legalmente, mas no Acre há pouca inovação nessa área. A Wood Chat oferece a tecnologia necessária para isso”, argumentou.


Fernanda viajará a Lisboa para o Web Summit, de 11 a 14 de novembro, evento com mais de 70 mil participantes e mil investidores, onde apresentará a Wood Chat. “Vamos pelo Sebrae, saímos dia 8, e o evento é de 11 a 14. Todo investimento busca retorno. Quando alguém investe, deseja ver a startup crescer e se tornar uma grande empresa. Esse apoio permitirá expandir nossa equipe, tecnologia e vendas para madeireiras ou outros públicos. Nos Estados Unidos e Europa estão os maiores compradores de madeira, e eles estarão no evento. Queremos que conheçam nossa startup e, assim, estabelecer contatos”, disse.


Fernanda ressaltou que a tecnologia visa preservar o meio ambiente. Segundo ela, apenas 35% da madeira no Brasil não é legalizada. “Crio uma tecnologia que ajuda a manter o ambiente. Hoje, 35% da madeira no Brasil é ilegal. Quando ofereço o reconhecimento, ajudo a certificar madeiras legais com DOF. Assim, contribuo para que madeiras sejam comercializadas legalmente, sem possibilidade de exportação irregular. Queremos auxiliar o IBAMA a certificar as madeiras legalizadas para o mercado”, finalizou.


A Wood Chat, uma startup 100% acreana fundada pela engenheira e empreendedora Fernanda Onofre, está revolucionando o setor madeireiro ao aplicar Inteligência Artificial (IA) na identificação precisa de espécies de madeira da Amazônia. A tecnologia da Wood Chat aumenta em 75% a precisão no reconhecimento de espécies em comparação com métodos tradicionais. A participação da empresa no Web Summit foi viabilizada pelo apoio do SEBRAE Nacional, SEBRAE Acre, Apex Brasil, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e Ministério das Relações Exteriores do Governo Federal do Brasil.


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Saimo Martins

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