Empreendedores LGBTQIA+ expõem produtos e cobram inclusão no Acre

Durante o espetáculo solo de humor TsuNany, stand-up da humorista Nany People, realizado na noite desta terça-feira, 29, no auditório do Departamento Estadual de Trânsito do Acre (Detran-AC), dez empreendedores do grupo LGBTQIA+ “Elas Fazem Acontecer” decidiram expor seus produtos na 1ª feira voltada ao público LGBTQIA+.

Lidiane Cabral, representante da associação “Elas Fazem Acontecer”, explicou que a organização existe desde 2020, focando na educação empreendedora e no empoderamento das mulheres. “O Acre é um estado com alto índice de feminicídio, e muitas mulheres sofrem violência por não terem autonomia econômica e financeira. Esse projeto visa fortalecer o pequeno negócio, sendo formado principalmente por mulheres de 18 a 80 anos. Atuamos em várias frentes”, afirmou.

Cabral revelou que a expectativa é que o faturamento da feira ultrapasse R$ 20 mil, ajudando a fomentar a renda da população LGBTQIA+. “Estamos muito felizes com a oportunidade proporcionada pelo governo do estado e com o apoio de Germano Marino. Temos dez empreendedores participando, e fazemos sempre um levantamento do faturamento. Para quem deseja participar, basta procurar a nossa rede social: @elasfazaconteceracre. Acreditamos que sairemos daqui com um faturamento de aproximadamente R$ 20 mil”, destacou.

Opinião dos empreendedores

Marcelo Lins, da “Los Caseiros”, que expôs biscoitos, empadas e limonada, ressaltou a importância do evento para dar mais visibilidade e criticou a falta de políticas públicas voltadas ao público LGBTQIA+. “O evento é fundamental porque nos dá visibilidade. Somos pequenos empreendedores e, diante da ausência de políticas públicas para o nosso público, essa visibilidade é essencial”, comentou.

A jovem Maísa Dourado, de 26 anos, empreendedora dos “Produtos Maia”, considerou a iniciativa uma esperança para que mais eventos possam impulsionar o movimento LGBTQIA+. “É uma oportunidade de fortalecer o movimento. Meu negócio é composto por empreendedores LGBTQIA+, e sabemos como é difícil ocupar esse espaço no mercado. Essa chance proporcionada pelo show da Nany People é um grande passo para mudarmos a nossa realidade e trabalharmos com o que fazemos de melhor”, explicou.

Emanuelle Toneli, também de 26 anos, participou da feira expondo pedras e cristais e enalteceu a iniciativa do governo, afirmando que o evento traz representatividade para a classe. “É muito importante que tenhamos representatividade e ocupemos espaços como este. Eu trabalho com pedras e cristais naturais, tanto roladas quanto brutas e lapidadas, em formatos variados. Aqui, oferecemos pedras a partir de R$ 5,00. Esse evento é um espaço onde podemos apresentar nosso trabalho e fortalecer nossa presença no mercado”, disse.