A Superintendência da Polícia Federal no Acre informou ao ac24horas nessa quarta-feira (23), que não recebeu nenhuma denúncia sobre supostas ameaças feitas ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, o que diverge da informação dita há exatamente uma semana pelo chefe do Gabinete Militar da Prefeitura de Rio Branco, coronel Ezequiel Bino, que afirmou ter ido à sede da PF para falar sobre um suposto plano de uma organização criminosa que tinha como finalidade a morte de Bocalom. A SEJUSP afirmou à reportagem que também compartilhou informações da investigação com a PF.
“Estou indo na PF pela gravidade da ameaça, eles têm mecanismos eficientes de investigação e acredito que podem ajudar a esclarecer estes fatos”, disse Bino à reportagem, no último dia 16. Já na entrada do prédio da Polícia Federal, Bino deu entrevista à imprensa, com um papel na mão, e falou da gravidade das ameaças ao prefeito.
Em resposta a questionamento sobre os andamentos da investigação, por meio de sua assessoria, a PF informou que nenhuma denúncia sobre o assunto chegou à instituição até esta quarta-feira (23), contrariando a expectativa de que o aparato investigatório da polícia mais equipada no Brasil estivesse servindo para esclarecer a ameaça ao prefeito recém reeleito.
O coronel Bino, por sua vez, perguntado novamente sobre o alegado compartilhamento das informações sobre a suposta intenção do assassinato, com a PF, reafirmou que esteve no prédio da instituição e repassou as informações com o Delegado de Polícia Federal Luís Carlos, mas que não formalizou a denúncia por meio de ofício porque foi informado de que a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre – SEJUSP, por meio da Polícia Civil, entraria em contato.
“A Secretaria de Segurança Pública ficou de compartilhar com a Polícia Federal. Compartilhou com a Polícia Civil e com a Polícia Federal. Eu fui pessoalmente lá [na PF], pedir o envolvimento da Polícia Federal. Conversei com o Dr. Luiz naquele momento, eles me disseram que já tinham conhecimento e que se colocaram à disposição. Da nossa parte, um ofício formal para a Polícia Federal não existiu. Me falaram que o secretário de segurança já tinha feito contato com o próprio o próprio surpreendente. Conversamos com todas as autoridades, com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), enfim, com todos, agora, o ofício formalmente que o Gabinete Militar fez foi para a Secretaria de Segurança Pública, que é algo maior do estado”, disse o coronel ao ac24horas nesta quarta (23).
Procurada pela reportagem, a assessoria da Secretaria de Justiça e Segurança Pública disse que a pasta compartilhou as informações da suposta ameaça com a Polícia Federal.
A Superintendência da Polícia Federal do Acre informou ao ac24horas na manhã desta quinta-feira (24), que a afirmação de que não havia recebido denúncia sobre supostas ameaças feitas ao prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, foi uma falha de comunicação. De acordo com a assessoria da Polícia Federal, para responder o questionamento do jornal sobre o recebimento da denúncia, o sistema interno da PF foi consultado e não encontrou resultado. No entanto, a solicitação de apoio foi feita de maneira informal à chefia do órgão no Acre, e por isso não havia registro formal.
Atualização da matéria às 11:03h de 24/10/24.