O Botafogo devolveu a confusão das ruas do Rio com uma aula de futebol no Nilton Santos, nocauteou um atordoado Peñarol com uma goleada de 5 a 0 em uma noite histórica e agora caminha até a final da Libertadores, deixando o sonho do título inédito mais vivo do que nunca.
Os cariocas resolveram o duelo em oito minutos com gringos em alta. O venezuelano Savarino iniciou a contagem com um chute cruzado, o zagueiro argentino Alexander Barboza cravou o segundo golpe após agarra-agarra na área e o próprio meia-atacante nocauteou os adversários com um chute forte.
Ainda deu tempo de Luiz Henrique e Igor Jesus marcarem e cravarem o 5 a 0. O ponta fez um golaço de cobertura, enquanto o atacante aproveitou rebote do goleiro e, de cabeça, colocou a cereja no bolo de uma noite histórica.
Os times decidem a vaga na decisão do torneio continental na outra quarta (30). O duelo, desta vez, será disputado no Campeón del Siglo, em Montevidéu. O Peñarol precisa vencer por cinco gols de diferença para levar para os pênaltis ou por seis ou mais gols para avançar.
Quem passar enfrenta o ganhador de Atlético-MG x River Plate: os mineiros fizeram 3 a 0 no jogo de ida da outra semifinal, disputado na terça (22), e encaminharam a classificação.
Como foi o jogo
O 1° tempo teve muita tensão, catimba e alternância de poder. Sem pressa para jogar e apostando em lances de profundidade, o Peñarol chegou a incomodar a defesa brasileira em meio às 15 faltas e aos quatro cartões, mas também sofreu com algumas investidas na parte final — principalmente a partir de Luiz Henrique, que tornou-se a principal dor de cabeça para os uruguaios em arrancadas pela ponta direita.
A etapa final teve show de gringos com três gols em oito minutos e brasileiros coroando uma noite histórica. Elétrico, o Botafogo marcou com o venezuelano Savarino (duas vezes) e o argentino Barboza, que incendiaram o Nilton Santos. Ainda deu tempo de Luiz Henrique e Igor Jesus finalizarem o rival com gols na casa dos 30 minutos.
Gols e destaques
Confusão precoce. O duelo começou, como esperado devido aos acontecimentos fora do Nilton Santos, bastante quente dentro das quatro linhas: Alex Telles arrancou pela esquerda, foi derrubado (sem falta, segundo o árbitro) por Méndez e tomou uma bronca de Darias, que inaugurou a série de confusões generalizadas ao alegar simulação do brasileiro.
Cartão, faltas… e cera. O Botafogo tentou valorizar a posse de bola, mas se deparou com um adversário catimbeiro e amigo do relógio. Em meio ao ritmo lento com bola rolando, Luiz Henrique atropelou Léo Fernández após uma dividida e foi amarelado — outro quase punido foi o goleiro Aguerre, que demorou na reposição de uma falta defensiva.
Peñarol incomoda. Aos poucos, a equipe de Diego Aguirre subiu a marcação e conseguiu tirar o ímpeto carioca. Primeiro, Pérez forçou John a trabalhar após tabela com Silvera, e depois Léo Fernández tentou surpreender em escanteio cobrado direto para a meta dos donos da casa.
Luiz Henrique aparece. O ponta chamou a responsabilidade e serviu como termômetro para uma concreta melhora do Botafogo já nos minutos finais do 1° tempo. Apoiado por Vitinho pela direita, Luiz Henrique infernizou a vida de Maxi Olivera e, além de conseguir um escanteio que culminou em cabeçada de Igor Jesus, arrematou para o gol duas vezes — em uma delas, Aguerre protagonizou linda defesa.
Cadê o juiz? O 2° tempo começaria no horário previsto, mas uma cena curiosa chamou a atenção dos torcedores: a ausência de Andres Rojas e de seus assistentes, Alexander Guzman e Richard Ortiz, em campo. A equipe da arbitragem saiu dos vestiários já com os atletas dos dois times perfilados em campo.
Savarino esquenta… O Botafogo voltou mais ligado na etapa final e demorou só cinco minutos para balançar as redes. Luiz Henrique recebeu pela direita, esperou o momento certo para soltar a bola e deu lindo passe para Savarino, que se infiltrou entre os zagueiros e, com extrema categoria, deslocou Aguerre antes de enlouquecer o Nilton Santos: 1 a 0.
Barboza bota fogo… Os donos da casa precisaram de 180 segundos para aumentar o placar. Em escanteio da direita, Igor Jesus escorou para o meio, e Alexander Barboza, em meio ao agarra-agarra com Rodríguez, calibrou a perna esquerda e marcou pela primeira vez com a camisa do Botafogo: 2 a 0.
Savarino explode… Atordoado, o Peñarol foi novamente vazado, desta vez aos 13 minutos. Igor Jesus fez o pivô ainda no meio campo, se desvencilhou da marcação e acionou Luiz Henrique, que viu Vitinho disparar e deu a bola para o companheiro. O lateral deu um passe na medida para Savarino, que bateu forte e contou com uma ajudinha de Aguerre para ampliar: 3 a 0.
… e Luiz Henrique nocauteia. O camisa 7 transformou a vitória em goleada com um golaço. Luiz Henrique aproveitou bate-rebate de Igor Jesus com o zagueiro ainda fora da área e, com frieza, deu uma cavadinha de canhota para o fundo do gol defendido por Aguerre: 4 a 0.
E o Igor Jesus? Também deixou o dele! O Botafogo não se cansou e chegou ao 5° gol aos 34 minutos, quando Igor Jesus disparou pela ponta direita, serviu Almada e, no rebote da finalização do companheiro, cabeceou e encobriu o goleiro de um atônito Peñarol: 5 a 0.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 5×0 PEÑAROL
Data e horário: 23 de outubro de 2024, às 21h45 (de Brasília)
Competição: ida da semifinal da Libertadores
Local: Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Andres Rojas (COL)
Assistentes: Alexander Guzman (COL) e Richard Ortiz (COL)
VAR: Yadir Acuña (COL)
Público: 42.982
Cartões amarelos: Luiz Henrique, Igor Jesus, Gregore (BOT); Pérez (PEN)
Cartões vermelhos: não houve
Gols: Savarino (BOT), aos 5 min do 2° tempo e aos 13 min do 2° tempo; Alexander Barboza (BOT), aos 9 min do 2° tempo; Luiz Henrique (BOT), aos 28 min do 2° tempo; Igor Jesus (BOT), aos 33 min do 2° tempo
BOTAFOGO: John; Vitinho (Mateo Ponte), Bastos, Alexander Barboza e Alex Telles (Marçal); Gregore (Danilo Barbosa), Marlon Freitas e Almada; Savarino, Luiz Henrique (Tiquinho Soares) e Igor Jesus (Óscar Romero). Técnico: Artur Jorge
PEÑAROL: Aguerre; Milans, Méndez, Rodríguez e Maxi Olivera; Damián Garcia (Gastón Ramírez), Pérez, Darias (Mayada) e Leo Fernández; Báez (Lucas Hernández) e Silvera (Sequeira). Técnico: Diego Aguirre
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