O Programa de Desenvolvimento Sustentável do Acre (PDSA), financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foi destaque na 16ª Conferência das Partes (COP) da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU, realizada em Cali, Colômbia, entre 21 de outubro e 1º de novembro de 2024. O Acre foi o único estado do bioma amazônico a ter um projeto avaliado positivamente após sua conclusão, o que motivou sua escolha para ser apresentado no evento, o mais importante encontro global sobre biodiversidade.
Iniciado em 2003, o PDSA foi implementado em duas fases, encerrando-se em 2021, mas continua a ser um exemplo de boas práticas de desenvolvimento sustentável. O objetivo central do programa foi o aumento da contribuição dos setores florestal e agroflorestal para o crescimento econômico e a redução da pobreza no estado. As estratégias do PDSA focaram no manejo e conservação dos recursos naturais, incentivando a produção familiar em pequenas propriedades rurais.
Durante a COP 16, um dos principais destaques do PDSA foi o vídeo produzido pelo BID em parceria com o governo do Acre, que retrata as experiências vividas pela comunidade do Seringal Rio Branco, em Xapuri. A jovem Raiara de Barros, de 20 anos, é uma das protagonistas do vídeo. Nascida durante a execução do programa, Raiara hoje é presidente da Associação de Produtores e Produtoras Agroextrativistas do Seringal Floresta e Adjacências, além de coordenar o trabalho dos artesãos do Ateliê da Floresta, onde reaproveitam madeira para a produção de artefatos, uma atividade que beneficia majoritariamente mulheres.
O PDSA beneficiou especialmente moradores de unidades de conservação de uso sustentável, assentados de reforma agrária, comunidades ribeirinhas e outras populações tradicionais. O projeto inclui o manejo florestal e não madeireiro, além da abertura de ramais para transporte e escoamento da produção.
