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“Exonerado do gabinete”, Madson Cameli continuou recebendo salário de R$ 7 mil na Aleac

Foto: Reprodução
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O noivo da vice-governadora Mailza Assis, Madson Cameli, prova mais uma vez que tem grande influência nos poderes. Indiciado pela polícia civil e denunciado pelo Ministério Público do Acre por praticar violência doméstica contra sua ex-esposa, Melissa Sampaio, o “Janjo”, como é conhecido nos corredores do Palácio Rio Branco, continuou recebendo salários da Assembleia Legislativa mesmo com o deputado Clodoaldo Rodrigues (Republicanos) tendo assinado sua demissão do gabinete no dia 22 agosto de 2024, após toda a repercussão negativa em torno do caso.


O ac24horas acessou o Portal da Transparência da Aleac e conseguiu averiguar que Madson já havia recebido o salário de agosto, que cai na conta dos servidores todo dia 20, e continuou recebendo seus proventos também no mês de setembro. A reportagem apurou que o futuro esposo de Mailza só foi retirado da folha de pagamento no mês de outubro, no dia 1, cinco dias antes das eleições. Teoricamente, ele não receberá o salário de outubro.


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Em 21 de agosto, Madson justificou que a repercussão negativa das denúncias estava comprometendo sua vida pessoal e profissional e apresentou uma carta de pedido de exoneração. “Diante do exposto, e com o intuito de preservar a integridade do cargo e da instituição que Vossa Excelência representa, venho solicitar minha exoneração”, escreveu “Janjo”.



O deputado Clodoaldo Rodrigues, padrinho político de Madson, disponibilizou na época do auge da repercussão negativa um documento que mostrava que ele havia assinado a exoneração de seu assessor, mas na semana passada, Madson foi visto com o parlamentar em uma reunião com o secretário de Educação, Aberson Carvalho, onde o gestor da pasta apresentava o noivo da vice-governador como assessor parlamentar, o que levantou questionamentos sobre a continuidade de sua atuação oficial.


Ao ser questionado sobre a presença de Madson em uma agenda, Clodoaldo afirmou ao ac24horas que a participação do ex-assessor foi apenas em caráter de “acompanhante”, negando qualquer vínculo empregatício ou remuneração desde a exoneração. “Eu exonerei ele lá atrás”, disse o deputado, reforçando que Madson não faz mais parte do quadro de assessores do gabinete.


FOTO: SÉRGIO VALE

Clodoaldo também afirmou que, caso Madson prove sua inocência nas acusações de violência doméstica, poderá considerar seu retorno ao gabinete. “Ele ainda está respondendo a esse processo na justiça. Quando ele provar a inocência, aí sim a gente conversa”, comentou o parlamentar.


O ac24horas apurou que a “exoneração” de Madson “seria só de H” no período eleitoral para não desgastar a candidatura da mulher do deputado, Delcimar Leite, que concorreu como vice do prefeito reeleito Zequinha Lima em Cruzeiro do Sul. A ideia na época era não perder o voto do público feminino, que geralmente é contra agressores em cargos públicos. O fato é que Zequinha venceu a eleição com uma vantagem de menos de 200 votos.


Apesar de todo o desgaste público, a vice-governadora mantém relacionamento com Madson, mas evita aparecer com ele em público desde que o caso veio à tona.


Madson e Clodoaldo foram procurados pela reportagem para explicar essa situação do de recebimentos de salários mesmo exonerados, mas até o fechamento desta reportagem, nenhum se pronunciou. O espaço segue aberto caso queiram se manifestar. O setor de Recursos Humanos da Aleac também foi procurado e deu o silêncio como resposta.


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