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O choro do surubim

Por
Luiz Calixto

A folclórica balsa que faz o transporte para Manacapuru (AM) dos derrotados nas eleições no Acre é uma criação ficcional, bem humorada e inteligente do saudoso advogado e cronista Aloísio Maia.


Já a expressão “o choro do surubim”, usada para justificar as reclamações daqueles que perderam as eleições, não sei quem é o autor, mas era sempre mencionada por Maia em suas deliciosas crônicas.


Fato é que as infrutíferas desculpas, explicações e distribuição de culpas é qualificada popularmente como “o choro do surubim”.


Fechadas as urnas, declarados os vencedores e perdedores, o cardume de surubins caiu aos prantos, sobretudo durante a tormentosa viagem com destino a Manacapuru.


Como em todas as eleições passadas, faltou lenços para enxugar as lágrimas dos peixes chorões. Mas, de maneira sincronizada, ouviu-se lamentações de Assis Brasil a Mal. Thaumaturgo.


Em Cruzeiro do Sul, esqueceram até que a popularidade do governador Gladson Cameli ultrapassa a barreira dos 70% e a capacidade dele de transferir votos para o seu candidato foi expressiva.


Em Brasileia, não contaram com a astúcia e energia da prefeita Fernanda Hassem. Os soluços de mais elevados decibéis reverberaram até Rio Branco.


Tido e havido como tábua de salvação do MDB e do PT, Marcos Alexandre rendeu muito abaixo do esperado e fechou o balanço com 40 mil votos a menos que o atual prefeito Tiao Bocalom.


Nesse rio de votos, os surubins emergiram para justificar o vexame. Parte do cardume atribuiu ao fato de Marcos Alexandre não ter convencido a população da capital de não passar de uma espécie de amante argentino do PT. Ou seja: não se apresentava em público com os companheiros, mas dormia com eles na mesma alcova e seguiram assim no improvisado camarote da balsa.


Sobrou também para Marfisa Galvão, a vice na chapa de Marcos, logo classificada como “chumbada” pelos correligionários. Chumbada é uma peça usada em caniços, tarrafas e malhadeiras para afundar as redee e anzóis.


Segundo as avaliações, a esposa do senador Sérgio Petecão não ajudou em nada e , como uma chumbada, ainda puxou a candidatura de Marcos para baixo.


Nem o super Jorge Viana, barrado até nos bailes dos programas eleitorais, escapou do converseiro noturno da balsa: ex-tudo no Acre, não deixou de ser responsabilizado pelo fracasso.


Sigamos em frente porque chororô não pressiona tecla de urna eletrônica.


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Luiz Calixto

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