A possibilidade do retorno do horário de verão em 2024 será decidida nesta terça-feira (15) pelo Ministério de Minas e Energia. O ministro Alexandre Silveira se reunirá com a equipe técnica em Brasília para avaliar os riscos energéticos.
O que aconteceu
Martelo deve ser batido hoje (15), segundo Silveira. O ministro de Minas e Energia explicou durante evento na Itália na semana passada que a equipe técnica irá avaliar a necessidade do horário de verão em meio à seca extrema que assola o país. A retomada foi recomendada pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
“Estamos diante da pior seca dos últimos 73 anos e, mesmo com as medidas prudenciais, conseguimos preservar cerca de 13% da água do sistema.“
– Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
Aval de Lula. Silveira afirmou que o presidente deu consentimento para que a decisão seja tomada caso seja necessária. A reunião desta terça-feira, portanto, será uma avaliação final dos riscos energéticos.
Decisão imediata. O ministro explicou que é necessário que a avaliação seja imediata para permitir que setores que serão impactados possam se preparar para a mudança. Além disto, afirmou que os próximos meses são importantes para o êxito da estratégia.
Se tem algo que não se pode abrir em uma política pública com essa dimensão, é a questão da previsibilidade. A importância maior do horário de verão e tem muita importância é entre 15 de outubro e 30 de novembro. Até 15 de dezembro tem uma importância vigorosa, não que ele não tenha depois, mas vai diminuindo a curva da importância dele.
Alexandre Silveira
Ministro refuta questão ideológica. Para Silveira, o horário de verão é uma política pública que não deve ficar atrelada à questão ideológica. Ele ainda frisou que mesmo que seja adotado pelo governo, o retorno não será antes do segundo turno das eleições municipais, previsto para o dia 27 deste mês.
“O farei, com a coragem de quem tem que decidir. O farei muito ancorado em bases técnicas e em sensibilidade política e social, para que a gente defendendo, como eu defendo o horário de verão como política pública, só use mão dessa política pública se ela for imprescindível para assegurar energia para o Brasil e diminuir os custos que não impactem mais negativamente e faça economia para o consumidor”.
– Alexandre Silveira
Horário de verão divide brasileiros
• De acordo com a pesquisa Datafolha, 47% se dizem favoráveis ao retorno do horário de verão. Outros 47% são contrários à mudança no relógio, enquanto 6% se mostraram indiferentes. O levantamento foi feito entre os dias 7 e 8 de outubro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
• A volta do horário de verão enfrenta barreiras contrárias de alguns setores. O setor aéreo alega ter passagens vendidas e que a mudança de horários deveria ser alinhada com antecedência. O governo precisa conceder 20 dias para a adaptação do setor ao novo horário implementado.
• O horário de verão foi adotado pela primeira vez no Brasil, em 1931, na gestão do presidente Getúlio Vargas por meio de decreto em todo o território nacional. No entanto, não foi constante, e acabou sendo revogado e adotado novamente em anos seguintes.
• Durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, o horário de verão foi extinto. A medida, que adianta relógios em uma hora, era adotada anualmente em regiões do Brasil para diminuir o consumo de luz.
• Por que a mudança é discutida? O Brasil enfrenta a pior seca de sua história desde que se há registro pelo Cemadem (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
O que muda se medida for aprovada?
Início do horário de verão: o relógio é adiantado em 1h, a partir de 0h da data prevista para o início;
Término do horário de verão: o relógio é atrasado em 1h, a partir de 0h da data de encerramento.