Durante entrevista concedida nesta sexta-feira, 11, ao Bar do Vaz, o delegado Railson Correia, prefeito eleito de Feijó pelo Republicanos, refletiu sobre sua trajetória, os desafios enfrentados durante a campanha e suas expectativas para o mandato que começa a partir de janeiro de 2025.
Railson iniciou a conversa relembrando sua campanha e o esforço em manter o foco em propostas concretas. “Eu me apresentei como delegado. Feijó é o maior município do estado do Acre, o trigésimo terceiro maior do país. Temos uma extensão territorial gigantesca. As pessoas me conheciam pela rádio. O Railson que falava na rádio, que muitas vezes se emocionava, chorava, era o mesmo Railson que levou essa emoção para as comunidades”, afirmou.
O delegado afirmou que evitou ataques pessoais aos outros candidatos, focando em suas próprias propostas, apesar de ser alvo dos opositores. “Eu não iria falar de Kiefer, de Cláudio Braga ou de qualquer outro candidato. Falei de mim, dos meus projetos, levando esperança para as pessoas”, afirmou.
Durante a entrevista, Railson foi questionado sobre sua orientação sexual e como isso poderia ter influenciado sua campanha. Ao jornalista Roberto Vaz, Railson foi firme ao responder que sua vida pessoal estava bem resolvida e que nunca havia sofrido preconceito em sua casa, nem por parte de sua família. “Eu sou casado há treze anos, muito bem-casado. Minha família é extremamente acolhedora, e nunca sofri preconceito dentro de casa. Quando entrei na política, sabia que isso seria levantado, mas não iria me deixar atingir”, disse.
No entanto, o delegado confessou que ver sua família sofrer foi um dos momentos mais dolorosos da campanha. “Minha mãe ficou dez dias praticamente trancada em casa, sem ânimo. Ela dizia: ‘Vá e vença, prefiro você na prefeitura do que na delegacia’. Ela sempre teve medo das ameaças que eu recebia enquanto delegado, mas preferia que eu fosse prefeito a seguir na delegacia, onde fui muito ameaçado”, revelou.
Railson destacou que os ataques preconceituosos não foram um obstáculo, mas sim um impulso para sua candidatura. “Quando alguns candidatos entravam nas casas dos eleitores dizendo ‘não vote no delegado, porque o delegado é gay’, isso só irritava o eleitor. O eleitor não quer saber da minha orientação sexual. Ele quer saber de caráter, trabalho e melhorias para a comunidade”, frisou.
Em relação ao seu governo, Railson deixou claro que sua gestão será pautada por integridade e transparência. “Os secretários terão autonomia, mas serão supervisionados. Eu entrego as funções, mas estou sempre supervisionando. Tenho dito nas minhas reuniões: ‘Que Deus me dê força para, no primeiro ato de corrupção apresentado por qualquer secretário, eu não chamar a PF ou a Polícia Civil e dar ordem de prisão’. Não tolerarei desvio de conduta”, salientou.
Railson ainda destacou a importância de escolher secretários que sejam competentes e comprometidos com a gestão pública. “Eu buscarei pessoas que tenham comportamento republicano e democrático, que gostem de trabalhar. Quando me convidaram para ser candidato, a única exigência que fiz foi de que todo o secretariado fosse nomeado exclusivamente por mim”, garantiu.
Ao falar sobre a situação de Feijó, o prefeito eleito foi enfático ao afirmar que o município não deve se prender a ideologias políticas. “Feijó é um dos piores municípios do Brasil para se morar, segundo o UOL. Na educação, está entre os vinte piores do país. Não cabe a um município extremamente pobre, que vive de repasses, discutir se é de direita ou de esquerda. Cabe falar de trabalho, de emprego, de levar médicos, asfalto, medicação. As pessoas me perguntam se sou de direita ou de esquerda, mas a resposta está no meu coração: eu sou do povo”, declarou.
Railson reafirmou que seu foco é nas necessidades básicas da população feijoense. “Eu sou de trabalhar. Não é momento de discutir ideologias, é momento de reconstruir Feijó”, ponderou.
Sobre a questão da criminalidade no município, ele reconheceu a presença das facções criminosas, mas destacou que, como delegado, sempre combateu com firmeza a violência. “A facção criminosa em Feijó é forte, mas sempre tive um discurso de ordem e justiça. Sempre acreditei que quem erra deve pagar na justiça, dentro da lei”, concluiu.
Por fim, Railson agradeceu o apoio da população e deixou claro seu compromisso com a cidade: “A população de Feijó me abraçou pelo caráter e pelo trabalho que fiz como delegado. Agora, como prefeito, estou aqui para retribuir esse carinho com muito trabalho, reconstruindo nossa cidade e oferecendo esperança para todos”, finalizou.
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