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Fim do caciquismo

O resultado das eleições em Xapuri e Cruzeiro do Sul, sem querer menosprezar os demais municípios, mostra o fim de um ciclo de caciquismo ou coronelismo, como queiram. O primeiro, último reduto petista no Acre, portanto, bem emblemático por representar a luta de seringueiros aliados a Chico Mendes e toda bandeira de sustentabilidade. O segundo, ligado ao coronelismo de barranco, idealizado e comandado pela família Sales. Na política, tudo tem prazo de validade.


Jogou a toalha
Há quem afirme que o prefeito Mazinho Serafim, dias antes da eleição, já havia jogado a toalha e reconhecido a derrota. Notou-se uma paralisia na estrutura de campanha do seu candidato. Alguns próximos ao prefeito arriscam alinhar a derrota nas urnas com o episódio de detenção de R$ 700 mil em Rio Branco. Mas a informação ficou só no “boato”, não foi confirmada a veracidade. O que não falta é gente buscando culpados pela derrota.


Uma pergunta…
O deputado Tanízio de Sá recebeu o dinheiro da aposta que fez com o prefeito Mazinho Serafim?


Quanto vale o voto?
O candidato pequeno conhecido como Montana Jack, que nos horários vagos é segurança do senador Sérgio Petecão, recebeu R$ 80 mil de fundo de campanha do PSD. Foi um dos mais bem valorizados na chapa, mas não transformou em votos a boa grana recebida. Com o número 55.222 na urna, ele só alcançou 113 votos. Ao calcular o valor recebido com o valor gasto, chega-se a conclusão que cada voto do Montana custou a bagatela de R$ 707. Neste pleito, o senador Petecão foi quem mais perdeu: não elegeu o anãozinho, não elegeu a sua irmã, Lene, que também concorria a vereança e nem conseguiu fazer a sua esposa Marfisa vice-prefeita da capital. Triste fim…


Palavras do Boca
Durante entrevista no Bar do Vaz, na tarde segunda-feira (7), o prefeito Tião Bocalom foi perguntado qual seria o seu futuro político visando 2026. Respondeu que tem compromisso com dois candidatos a senador: Gladson Cameli, do PP e Marcio Bittar, do PL. Descartou na cara dura o senador Alan Rick da sua lista de prioridade. Sobre a vice-governadora Mailza, fez elogios, mas não disse que apoia a sua candidatura. Pelo que falou, deixou a entender que “poderá ser candidato ao governo.” Quanto a Mailza, fica só a especulação: seria ela a vice ideal para ele?


Policy switch
Quem viu Tião Bocalom em cima do elevado da Dias Martins, horas antes das eleições anunciando a inauguração da obra e o assistiu no Bar do Vaz, horas após o resultado das eleições, adiando para 40 dias a liberação do trânsito na região, afirma ter sido vítima do famoso ‘policy switch’, que em tradução livre quer dizer ‘giro político’. Ignorou-se tudo que foi prometido. Não é exagero falar em estelionato eleitoral.


Momento descontração
Vendo as redes sociais me deparo com a seguinte pérola de um candidato a vereador derrotado: “Quero agradecer aos 191 eleitores que votaram em mim e aos outros 500 que pegaram o meu dinheiro e não votaram; que vocês morram e vão pros quintos dos infernos, que satanás os carreguem e vão pra pqp….


Sem qualidade
Os veículos de comunicação de Rio Branco vivem dois problemas “diários” e nada podem fazer: a falta de internet com o mínimo de qualidade e as constantes oscilações e quedas de energia. Deputados e senadores não levam o problema para o debate na Câmara e Senado Federal. Fazer o quê?


Sem dono
Quer dizer então que o prédio do Museu de Xapury foi arrombado e a FEM não reforçou a segurança do local, só encostou a porta de volta? E ainda reclamam quando se diz que há um descaso medonho com a cultura acreana.


Teimando
A coluna insiste no debate: a Seagri precisa acordar no que se refere à castanha. Do jeito que estamos, apenas trocou-se o monopólio paraense dos Mutran pelo monopólio das indústrias bolivianas.


Sugestão
O PT saiu mais enfraquecido do que entrou nestas eleições. Entre os “companheiros”, cresce a ideia de uma candidatura de Jorge Viana a deputado federal. O entendimento é de que o partido precisa de um parlamentar federal para voltar a crescer e a disputa para o Senado, com uma cadeira quase certa para Gladson, é um risco pelo momento atual do partido no estado.



Péssimos exemplos
Os vídeos do deputado Manoel Moraes na comemoração em Xapuri e do prefeito eleito de Brasileia, Carlinhos do Pelado, que se espalharam e mostram os dois passando dos limites da “manguaça”, não são bonitos. Nada de puritanismo, todos têm o direito de comemorar, mas um homem público precisa preservar sua imagem.


Tiro no pé
No Bujari, a grande surpresa foi a vereadora Eliane Rosita ter ficado de fora da lista dos eleitos. A parlamentar ficou conhecida por ter sido vítima de ofensas de um colega, que acabou cassado. No entanto, pagou o preço de ter, na campanha, se aliado ao prefeito Padeiro, quando passou quatro anos sendo a principal opositora do gestor na Câmara.


Refresco
Ou seja, “republicanismo” no olho alheio é refresco.



Assume?
Conversa entre governador Gladson Cameli e a suplente Gabriela Câmara traz um problema para os eleitos pelo Progressistas. “Fique tranquila! Você vai assumir!”, teria dito Cameli à douta em questões fundiárias.


Doidos
Abordado sobre o assunto, o vereador eleito Aiache rechaçou a possibilidade. “Eles não estão nem doidos de virem com uma conversa dessas pra mim”, afirmou o motorista de ambulância com 5.497 votos.


21 fiscais
Bocalom, possivelmente, não cometerá o desatino de se negar a fazer política com a Câmara de Vereadores, como fez no início do primeiro mandato, quando afirmou que queria 17 fiscais da prefeitura. Agora, o custo aumentou: serão 21.


Oposição
Alguns da crônica política têm abordado o novo time da Câmara como “trabalhoso” a Bocalom. Trabalhoso em que sentido? Em ser oposição? À exceção de Kamai, Fábio Araújo e Elzinha, os outros 18 devem “bodejar” alguma braveza até o primeiro café com o prefeito.


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