Para reduzir os casos e óbitos por dengue, chikungunya e zika no próximo período sazonal no Brasil, o Ministério da Saúde lança, a partir desta terça-feira (8/10), uma campanha nacional de conscientização e mobilização. Nos canais digitais da pasta, a veiculação começa hoje. Já nos canais abertos de televisão, rádio e locais de grande circulação, a ação será iniciada na quarta-feira (9). O objetivo é chamar a atenção para a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti e incentivar a população a dedicar 10 minutos por semana para combater os focos de reprodução do inseto.
Com o slogan “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora” , a campanha orienta a população sobre a importância de remover criadouros do mosquito, além de fornecer informações sobre diagnóstico precoce, cuidados médicos, riscos da automedicação e a localização de postos de saúde. A campanha será amplamente divulgada por meio de TV aberta, rádio, internet, carros de som e pontos de grande circulação em todas as regiões do país.
A iniciativa integra as medidas de reforço do Ministério da Saúde para a prevenção e controle dessas doenças, além de garantir assistência à população nos períodos de maior risco.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que o governo está se preparando para o próximo período de chuvas, com foco na redução de casos e mortes por arboviroses. “Estamos implementando um plano de trabalho baseado na vigilância, no controle do mosquito transmissor e no fortalecimento das redes de saúde, especialmente em áreas periféricas. Entre as ações, estamos utilizando as Estações Disseminadoras de Larvicida, que ajudam a reduzir o desenvolvimento de larvas nos criadouros”, afirmou Nísia.
Ela também mencionou que a vacinação contra a dengue segue como uma estratégia importante, embora ainda esteja limitada pela disponibilidade de doses fornecidas pelos fabricantes. “O público e locais ainda são restritos em nosso país devido ao quantitativo limitado da vacina que recebemos dos fabricantes”, lembrou a ministra.
Durante discurso sobre mudanças climáticas na sessão plenária do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) em Washington, DC, no dia 1º de outubro, a chefe da pasta da Saúde reforçou o compromisso do Brasil, como atual líder do G20, de debater ações relacionadas às mudanças climáticas e sua relação com o aumento exponencial de doenças, como a dengue.
Plano contra arboviroses
Recentemente o presidente da República, Luiz Inácio da Silva e a ministra Nísia Trindade lançaram o Plano de Ação 2024/2025 para redução dos impactos da dengue e outras arboviroses. Com investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão, a iniciativa busca diminuir os números de casos e óbitos por dengue, chikungunya, zika e oropouche no próximo período sazonal no Brasil.
Investimentos e prevenção
Desde 2023, o ministério vem acompanhando o cenário epidemiológico das arboviroses e investindo na preparação de estados e municípios. Para isso, em 2023 foram investidos R$ 2,7 bilhões no enfrentamento às arboviroses, incluindo repasses adicionais a estados e municípios, aquisição de inseticidas e biolarvicidas, insumos laboratoriais e custeio dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs) . Em 2024, até setembro, foram executados R$ 2,4 bilhões e a previsão é superar o ano anterior
Número de casos
Até 1º de outubro deste ano, o Brasil registrou 6.533.585 casos prováveis de dengue. Em 2023, foram 1.649.146. Em relação ao zika, até 21 de setembro último, houve 6.311 casos prováveis, contra 11.534 de 2023. Para a chikungunya, até este mês, foram contabilizados 258.396 casos prováveis, enquanto em 2023 o total foi de 158.060.
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