O GOVERNADOR Gladson Cameli, foto, reforçou a sua imagem de vencedor na eleição que findou. Nunca perdeu uma eleição – numa carreira meteórica foi deputado federal, senador e agora governador – e conseguiu eleger neste pleito 14 prefeitos do seu grupo, se transformando num fenômeno político e na maior liderança do estado. Reduziu os seus adversários ao pó. Salvou a candidatura do prefeito Bocalom de uma eleição difícil – tinha perdido 18 pesquisas para o candidato Marcus Alexandre (MDB) quando entrou no jogo, e depois que entrou com o peso da máquina estatal a candidatura de Bocalom cresceu e chegou na reta final liderando as pesquisas, até chegar na vitória acachapante contra o Marcus. No segundo colégio eleitoral do estado, Cruzeiro do Sul, virou uma eleição que era dada como vitória certa da candidata do MDB, Jéssica Sales; sendo a principal peça na reeleição de virada do prefeito Zequinha Lima (PP). Nos demais municípios que ganhou, ele deu um passeio. Gladson Cameli, com mais um ano de governo, caminha para uma eleição tranquila e certa para o Senado em 2026. Cameli é hoje – sem contestação – a maior liderança política do Acre. Fez barba, cabelo e bigode na oposição.
TIÃO BOCALOM
NINGUÉM pode tirar o mérito da vitória do prefeito Tião Bocalom (PL), conseguindo uma vitória arrasadora no primeiro turno contra o candidato Marcus Alexandre (MDB) – que chegou ser apontado como favorito – e mostrou que eleição se ganha na urna. A oposição minimizou a sua força política, esquecendo que mesmo quando perdeu algumas eleições, ele foi bem votado. Acertou em cheio ao entrar com a operação “Asfalta Rio Branco” nos últimos 30 dias de campanha, beneficiando centenas de ruas com asfalto, isso foi importante para melhorar a sua imagem na periferia. Teve uma vitória esmagadora e sem contestação contra a oposição. E vai governar mais quatro anos – ou dois – se for tentar o governo em 2026.
FOI UM GIGANTE
O CANDIDATO a prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (MDB), perdeu, mas saiu da eleição como a maior liderança da oposição. Enfrentar como enfrentou o peso das máquinas estatal e municipal e sair da disputa com uma votação expressiva, apenas com seu carisma e sem recursos financeiros, não é para qualquer um. Marcus foi um gigante em todos os sentidos. O seu erro foi fazer uma campanha contemplativa aos erros da gestão do adversário, que não foram explorados como deveria no programa eleitoral. Agora, o leite foi derramado.
MASSACRADO NA URNAS
O GRANDE perdedor desta eleição – sem dúvida alguma – foi o MDB. Entrou na campanha contando como certo de eleger de seis a oito prefeitos e ganhou apenas na minúscula Santa Rosa. O MDB terá que se reinventar para 2026, buscando novas lideranças. O MDB envelheceu e as suas lideranças não atentaram que o tempo passa e continuaram vivendo de um passado glorioso. O MDB não só foi massacrado nas urnas, mas saiu delas como um partido nanico.
JOGO DADO COMO PERDIDO
O PREFEITO de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima (PP), deve ser ressaltado como alguém que reverteu uma eleição que era dada como perdida. Conseguiu montar uma estrutura de apoio poderosa e venceu por menos de 200 votos a favorita Jéssica Sales (MDB). É a velha máxima: os vencedores fazem a história.
NOME CONSOLIDADO
PERDER para uma forte estrutura de poder comandada pelo governador Gladson Cameli, por menos de 200 votos, mostrou ser a médica Jéssica Sales (MDB) uma grande liderança do Juruá – a maior da oposição em Cruzeiro do Sul – porque, mesmo perdendo para o poder da máquina, saiu com um nicho eleitoral consolidado para a disputa de um mandato na eleição de 2026.
SABE MEXER O DOCE
EM BRASILÉIA, se o prefeito Carlinho do Pelado (PP) tivesse disputado mano a mano a eleição contra a Leila Galvão (MDB) não veria nem o cheiro, perderia, por certo. Deve a sua vitória, exclusivamente, à prefeita Fernanda Hassem (PP), que entrou na eleição na reta final e virou um jogo tido como perdido. A Fernanda se consolidou como a maior liderança de Brasiléia e mostrou ser craque numa campanha. Sabe mexer o doce da vitória na reta final. A Fernandinha, que será candidata a deputada federal em 2026, não é fácil de ser batida numa eleição. Não tem que provar mais nada.
PARTIDO ERRADO
A EX-DEPUTADA Leila Galvão (MDB) perdeu mais uma para o grupo da prefeita Fernanda Hassem (PP). Mas de cabeça erguida, numa campanha desmonetizada e que não teve a ajuda que esperava. Foi longe, com uma grande votação, só pelos seus méritos. Escolheu o partido errado para disputar a prefeitura. O MDB lhe deu minguado recurso, entrou só com o nome e lhe deixou isolada na campanha.
SERIA INJUSTO
NA CAMPANHA que se encerrou, seria injusto não lembrar que todo o arcabouço de montagem da aliança que se formou no entorno do prefeito Tião Bocalom (PL) teve o dedo da articulação do senador Márcio Bittar (PL). Foi importante na vitória do Bocalom.
SURRA NO QUINTAL
A ELEIÇÃO do Rio de Janeiro mostrou ser uma balela essa tese de direita contra esquerda. O Rio é o berço da família Bolsonaro. O candidato do Bolsonaro, Delegado Ramagem (PL), pegou uma surra de votos do prefeito Eduardo Paes – apoiado pelo Lula, mas com uma campanha plural no lado ideológico. Bolsonaro levou uma surra no seu próprio quintal.
SAIU DO ZERO
O PT, enfim, saiu do zero na última eleição na capital, elegendo um de seus principais quadros, André Kamai, a vereador de Rio Branco. Kamai deve ser a principal voz da oposição contra a nova gestão do prefeito Tião Bocalom.
ELZINHA VOLTOU
HOUVE uma renovação em massa na Câmara Municipal de Rio Branco. A vereadora Elzinha Mendonça (PP) foi a única mulher a ser reeleita, e com uma votação muito expressiva. Sempre a citei como favorita a voltar.
NÃO DEU PARA ENTENDER
A CANDIDATA Gabriela Câmara (PP) fez uma campanha redonda, com um grande visual do seu nome, mas acabou ficando de fora na chapa da morte do PP. Não deu para entender o que deu errado para não se eleger.
ZÉ LOPES
O CANDIDATO Zé Lopes foi quem salvou o REPUBLICANOS de um fracasso na disputa para a Câmara Municipal de Rio Branco. Foi o único eleito do partido. Pelo seu preparo, ele tem tudo para ser destaque na próxima legislatura municipal.
JAMAIS ESPERAVA
QUEM conversou com o prefeito Mazinho Serafim durante a campanha, notou uma convicção dele da vitória do seu candidato a prefeito Gilberto Lira (UB). As urnas abriram e deu Gerlen Diniz (PP) para prefeito de Sena Madureira. Dias tensos virão pela frente na nossa Faixa de Gaza.
DEPUTADO FEDERAL
COM a vitória do deputado federal Gerlen Diniz (PP), quem vai abocanhar um mandato de dois anos na Câmara Federal, é o presidente da FIEAC, José Adriano, que é o primeiro suplente. Ganhou um belo presente.
FIM DE UM CICLO
A ELEIÇÃO de ontem tirou o mandato de um dos políticos mais tradicionais da capital, o vereador N. Lima (PP). Não ficou nem perto de se reeleger.
SE PERDE E SE GANHA
ELEIÇÃO se perde e se ganha. Quem ganhou a disputa pela PMRB comemorou, e quem perdeu vai lamber as feridas. E a vida segue, porque eleição se perde e se ganha.
ARREBENTOU
QUEM arrebentou a boca do balão nesta eleição foi a chapa de candidatos a vereador pelo PP; que elegeu seis vereadores, todos com alta votação. Esse número estava fora do roteiro.
TRÊS SURPRESAS
Moacir Júnior (SOLIDARIEDADE), Leôncio Castro (PSDB) e Márcio Mustafá(PSD), foram as grandes surpresas, porque seus nomes eram poucos citados na mídia como favoritos.
FRASE MARCANTE
“É melhor manter o lobo de fora do que tentar arrancar os seus dentes e garras depois que ele entrou” Thomás Jefferson.