As derivações dos resultados das urnas são muitas. Quase infinitas. Mas, aqui no Acre, a primeira que precisa ser reconhecida guarda relação com a liderança de Gladson Cameli. O partido Progressistas venceu em 14 cidades, com um destaque. Em Rio Branco, elegeu seis vereadores sendo os cinco primeiros mais votados.
O partido também venceu em Cruzeiro do Sul, em uma vitória com uma “virada” quase ao final da apuração, que recolocou Zequinha Lima na cadeira de prefeito por uma diferença de 200 votos. Esse desempenho tem digital.
A figura de Gladson Cameli foi a responsável pela desenvoltura do partido nas urnas neste domingo. É uma prévia de um cenário que se avizinha daqui a dois anos. Os críticos da gestão de Cameli se contorcem de raiva para entender a relação entre a eficácia das ações de Governo com o desempenho nas urnas de Gladson Cameli.
Ignorando críticas, ele continua com o mesmo perfil. É bem verdade que deixou de se requebrar a torto e a direito. Há um comedimento que sugere uma sensível mudança de postura em respeito à liturgia do cargo. O governador parece ter entendido isto.
No mais, o Governo do Estado segue tendo a força descomunal que tem diante de Municípios cada vez mais empobrecidos e cada vez mais responsabilizados pelo sistema político a dar respostas na administração pública. Exige-se dos Municípios sem dar a devida condição.
Gladson observou isso com uma antena refinada de quem calcula com método. Onde foi possível estabelecer parcerias, ele o fez. E isso foi observado pelo eleitor e pelas lideranças políticas locais.
Qualquer movimentação feita, a partir de hoje, tem cálculo preciso: outubro de 2026. Com essa referência, Cameli tem algumas parcerias que ele precisa manejar com requinte. Manter conversas cuidadosas, com distância segura. Marcio Bittar é uma delas. Há outras, mas o tempo e a pressão do momento destacam o senador.
Tudo isso lembra muito aquela conversa entre dois matutos quando um deles pega um pequeno jacaré do papo amarelo, conhecido pelo perfil irritadiço, Um matuto, com o animal seguro em duas mãos, convida o amigo. “Pode pegar. É manso! Não morde não”. O outro, desconfiado, agradece o convite. “É manso, mas deixe ele aí mesmo. Nesse canto aí, ele é mais manso pra mim!”.
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