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Bovinos atingem quase 5 milhões de cabeças e extração de madeira cai 57,9%

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Orlando Sabino

O IBGE divulgou em setembro dados sobre a produção agrícola, pecuária e florestal, referentes ao ano de 2023. Nosso objetivo de hoje é analisar os principais resultados para o Acre.


Pecuária: produção de bovinos atinge quase 5 milhões de cabeças


No gráfico abaixo demonstram-se os principais resultados para os principais rebanhos estaduais: bovinos, suínos e galináceos. O grande destaque é o rebanho bovino que alcançou 4,9 milhões de cabeças, crescendo 5,4% em um ano e 82,0% em 10 anos (2013-2023). Os dados indicam pelas projeções que, em 2024, o Acre já superou as 5 milhões de cabeças. Os cinco municípios com maiores rebanhos de bovinos, em 2023, foram: Rio Branco (639 mil), Sena Madureira (545 mil), Senador Guiomard (396 mil), Porto Acre (376 mil) e Brasiléia (372 mil).


Com o resultado de 2023, o Acre aparece como o 13º maior rebanho bovino do Brasil e o 4º da Região Norte, ficando atrás do Pará, de Rondônia e de Tocantins.


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Embora a carne suína tenha apresentado um expressivo crescimento nas exportações, o seu rebanho tem tido um crescimento muito aquém do bovino. O rebanho suíno acreano cresceu somente 18,7% nos últimos 10 anos. Em um ano cresceu6,6%. Estamos perdendo uma grande oportunidade de aumentar o nosso rebanho suíno para suprir a Dom Porquito de matéria-prima de um produto que cada vez ganha mais espaço no comércio internacional. 


Impulsionado pela Acre Aves, o rebanho de galináceos cresceu 37,1% em dez anos e 5,3% de 2022 para 2023.


Extração florestal: em um ano a extração de madeira caiu 57,9%


Na tabela a seguir constam a produção dos 4 principais produtos da extração vegetal no Acre. Juntos, esses 4 produtos, representam 92% do valor da produção florestal. Em 2023, a produção de castanha representou 58% do total, seguido pela madeira com 16,9%. 


Dois destaques, o primeiro é que o valor da produção da madeira, dez anos atrás (2013), representava 54,2% do total, caindo para 16,9%, em 2023. O segundo, a produção de borracha, (impulsionada pelo contrato do Cooperacre com a marca de tênis Veja), que em 2013 representava somente 2,6%, dez anos depois, em 2023, já representava 11,5%, com valor estimado em R$ 13,1 milhões.



Quanto as quantidades produzidas, tabela a seguir, mostra que nos dez últimos anos, tivemos mudanças significativas em sua estrutura. Verificou-se um crescimento na produção do açaí (32,1%) e da borracha (89,9%). Por outro lado, a queda na produção de castanha (30,3%) e de madeira (65,6%). Percebe-se na tabela que a extração de borracha cresceu 92,8% em um ano, enquanto a extração de madeira caiu 57,9%.  



Do ponto de vista tecnológico, 5 lavouras possuem rendimentos médios (quilograma por hectare) maiores ou similares à média brasileira: banana, café, mandioca, milho e soja. Inclusive, duas delas, a mandioca e a soja, possuem rendimentos médios superiores ao rendimento médio brasileiro.


Na tabela a seguir constam o valor da produção destes cinco produtos. Em 2023, esses 5 produtos representaram 88% do valor total da produção de todas as lavouras temporárias e permanentes do Acre, estimado em R$ 739 milhões. O destaque negativo é a queda da mandioca no valor da produção. Ainda como a lavoura que gera o maior valor dentre as lavouras, porém, nos últimos 10 anos viu sua representatividade cair de 66% (2013) para 33% (2023).


Já o destaque positivo nos números foram a representatividade do milho 22,2%, da banana (15,5%) e da soja (13,5%), em 2023.



Na tabela a seguir constam o desempenho desses cinco produtos em termos de quantidades produzidas, em toneladas. Os números que preocupam, são os da mandioca. Que apresentaram uma queda de 47,1% nos últimos 10, saindo de 939 mil toneladas em 2013 para 498 mil, em 2023.


É promissor o crescimento da produção de café que em 10 anos cresceu 102,6%. Outro destaque é a produção de soja, produto praticamente inexistente no Acre em 2013, observou-se o crescimento da sua produção, de 2022 para 2023, de 102%, próximo a 46 mil toneladas. 



O artigo retrata os últimos números do IBGE para o setor rural acreano. Eles nos trazem algumas mensagens. A principal é a brusca queda na produção de mandioca, matéria-prima central para a produção da nossa farinha, principalmente a famosa farinha de Cruzeiro do Sul. Lembrar que a mandioca é produzida e é o sustentáculo da maior parte dos pequenos produtores rurais acreanos. Não intervir nessa cruel realidade é dar às costas para milhares de famílias do meio rural acreano. Inovação tecnológica já! Tanto na produção da mandioca como no processo agroindustrial para a fabricação da farinha.


Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas


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