A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, defendeu nesta segunda-feira, 30, que governos e empresas sejam eticamente constrangidos para que o mundo avance no enfrentamento das mudanças climáticas. A informação foi confirmada pela reportagem da Agência Brasil.
Segundo a ministra, é necessário tratar a crise ambiental global com senso de urgência e medidas disruptivas. “Vamos fazer um balanço ético geral, para verificar quais são as propostas, ideias e práticas que sejam éticas para manter saudável o sistema climático. E vamos fazer isso mobilizando diferentes setores: artistas, pessoas da academia, lideranças políticas na área de proteção ao meio ambiente e enfrentamento das mudanças climáticas, juventude, mulheres, povos tradicionais, empresários. [Será] um processo que cria um constrangimento ético a governos e empresas para que se possa realizar uma transição justa e adequada no enfrentamento da mudança do clima”, afirmou Marina Silva.
A ministra participou de um seminário no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, que discutiu formas de financiar a conservação da natureza. “Como podemos pensar na proteção do capital natural, estabelecendo mecanismos que garantam um lastro de natureza capaz de manter os serviços ecossistêmicos que protegem a vida na Terra? Essa discussão precisa ganhar força. Assim como tivemos os Acordos de Basileia em 2008, é necessário um acordo para estabelecer um coeficiente do nosso patrimônio natural, que precisa ser preservado”, destacou Marina.
De acordo com a ministra, a cúpula do G20, marcada para novembro no Rio de Janeiro sob a presidência do Brasil, será uma grande oportunidade para dialogar com o mundo em busca de finanças sustentáveis, além de discutir a taxação dos super-ricos para viabilizar recursos. O objetivo, segundo Marina, é fazer não apenas a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, mas também transformar o modelo econômico insustentável que agrava a crise climática. “Estamos buscando cada vez mais liderar pelo exemplo”, afirmou.
O G20, ou Grupo dos 20, é formado pelos ministros de Finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo, além da União Africana e da União Europeia.
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