Em entrevista ao Pôdicast desta semana, realizado pelo publicitário Davi Sento Sé e transmitido pelo site ac24horas, o empresário Francimar Façanha de Almeida, dono da Delta Pesquisas, compartilha nesta sexta-feira, 27, sua visão sobre o papel das pesquisas eleitorais. Segundo ele, “pesquisa não ganha eleição, mas orienta bastante” os candidatos durante suas campanhas, funcionando como um mecanismo crucial para a tomada de decisões.
Façanha destacou que, embora as pesquisas sejam ferramentas valiosas, muitos candidatos e suas equipes ignoram dados importantes. “É incrível que, às vezes, nem o pessoal de marketing se preocupa em ler. Eles só querem saber quem está na frente”, disse ele.
O empresário acreano, que é cientista político e pesquisador, também ressaltou que poucos candidatos prestam atenção nas variáveis demográficas das pesquisas, como gênero, idade e faixa etária, que são essenciais para entender melhor o comportamento do eleitorado. “O retrato da pesquisa está nas cotas: é homem, é mulher, idade, sexo. Poucos prestam atenção nisso”, afirmou.
Francimar afirmou que ainda abordou a ansiedade dos candidatos em relação aos resultados das pesquisas, especialmente quando essas estão registradas para publicação. Ele explicou que, apesar de muitos clientes pressionarem por acesso antecipado aos dados, a divulgação precisa seguir rigorosas regras para evitar vazamentos. “Se a pesquisa vazar antes da publicação, ela perde o valor”, disse.
Com experiência em diversas campanhas eleitorais, Façanha também comentou sobre o uso da tecnologia nas pesquisas. Atualmente, as entrevistas são realizadas via celular, com resultados transmitidos em tempo real para a base de dados da empresa, garantindo precisão e segurança no processo. “É tudo georreferenciado, se eu clicar lá, sei exatamente onde foi feita a entrevista. É tecnologia a nosso favor”, concluiu.
Francimar também comentou sobre sua atuação em vários municípios do Acre e do Amazonas, destacando que, apesar do crescimento da empresa, ainda enfrenta desafios em regiões de difícil acesso. “Eu já fiz Boca do Acre e alguns municípios no Amazonas. Mas tem lugares, como Feijó e Tarauacá, que são extremamente difíceis de se trabalhar. Se você faz a pesquisa muito antes do dia da eleição, o risco de erro é grande”, explicou.
O empresário ressaltou que o comportamento do eleitor pode mudar de maneira imprevisível em locais onde a dinâmica política é acirrada. “Se tiver dois candidatos empatados ou muito próximos, há uma grande chance de a pesquisa errar, especialmente se for realizada muitos dias antes da votação”, afirmou.
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