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Debate de candidatos à prefeitura de Tarauacá tem provocações e embates

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O Instituto Federal do Acre (Ifac) realizou nesta quinta-feira, 26 um debate acalorado entre os candidatos à Prefeitura de Tarauacá nas eleições municipais de 2024. Os candidatos Maria Lucinéia (PDT), atual prefeita; Rodrigo Damasceno (PP), ex-prefeito; e Zé Filho (Republicanos) protagonizaram um forte embate.


Zé Filho, candidato do Republicanos, iniciou o debate com duras críticas aos adversários, apontando a falta de resultados tanto da atual gestora quanto do ex-prefeito Rodrigo Damasceno. “Não podemos aceitar conversas fiadas. Tivemos um gestor e uma gestora que não entregaram resultados. O ex-prefeito fechou a Secretaria de Agricultura e ficou em silêncio, enquanto o governo da florestania perseguia produtores rurais”, afirmou Zé Filho.


Zé Filho acusou os dois adversários de copiarem suas propostas de governo e defendeu que seu plano é o único comprometido com a verdadeira mudança para Tarauacá.

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“Eles estão falando de coisas que só apareceram depois que lançamos nossas propostas. A atual gestora recebe pessoas do crédito de carbono com tapete vermelho, mas cadê a defesa dos nossos produtores?”, questionou.


Rodrigo Damasceno, por sua vez, respondeu às críticas de Zé Filho de forma irônica, chamando atenção para a agressividade do adversário. “Calma, Zé Filho, estamos só começando. O homem chegou atropelando tudo!”, brincou.


Em seguida, o ex-prefeito questionou a competência do adversário ao mencionar problemas em seu histórico empresarial. “Eu fico com dificuldade de enxergar uma competência quando a gente vê que a pessoa não conseguiu levar adiante o empreendimento dele. O próprio empreendimento dele faliu. Então como é que a gente acredita na competência de uma pessoa que não conseguiu colocar pra funcionar a própria empresa? Nós temos compromisso com as pessoas de verdade”, disparou.


Damasceno enfatizou seu compromisso com os pequenos produtores e a população mais humilde, posicionando-se contra interesses maiores e defendendo o apoio ao setor agrícola como prioridade em sua gestão.


Maria Lucinéia, atual prefeita e candidata à reeleição, respondeu rejeitando as acusações de cópia de propostas e destacando as conquistas de sua administração. “Eu não copiei nada de ninguém. A gente já faz tudo isso que o senhor falou. Temos mais de 300 açudes abertos, entregamos mais de 40 mil mudas de café e vamos entregar barcos e kits de casa de farinha, tudo com recursos próprios”, ressaltou.


A prefeita defendeu o foco de sua gestão na valorização da produção local, como o famoso abacaxi de Tarauacá, já reconhecido nacionalmente. “O nosso abacaxi merece mais respeito. Eu levo ele de salto alto, sim, para que seja visto e para que abra portas para novos mercados”, declarou.


Em outro bloco, o clima voltou a esquentar quando Zé Filho fez sua pergunta direcionada a Rodrigo Damasceno, criticando a gestão do ex-prefeito e afirmando que Damasceno teria deixado a cidade em um estado de calamidade. Segundo Zé Filho, o mercado municipal foi abandonado, o transporte para os produtores rurais foi negligenciado e a prefeitura teria ficado em condições deploráveis.


“O senhor entregou o mercado municipal em situação desastrosa, interditou 80% da cidade e deixou a prefeitura em estado lamentável”, disparou o candidato.


Damasceno, em sua resposta, repudiou as acusações e defendeu seu histórico como prefeito e médico, destacando que sua trajetória foi marcada por tentativas de prejudicá-lo politicamente. Ele alegou que foi vítima de uma armação para impedi-lo de concorrer à reeleição em pleitos anteriores. “Eu fui alvo de uma campanha difamatória, mas sigo ficha limpa. Nunca fui condenado por nada que me impeça de disputar uma eleição”, afirmou.


Além de responder aos ataques de Zé Filho, Damasceno também apontou para sua experiência como gestor, afirmando que, apesar das dificuldades enfrentadas durante seu mandato, muitas das obras entregues à população foram fruto de sua administração.


Zé Filho, no entanto, não recuou em suas críticas e alegou que Damasceno busca voltar ao poder para “corrigir irregularidades” de sua gestão passada e questionou o compromisso de seu adversário com os trabalhadores do município. Ele mencionou a reprovação de contas pelo Tribunal de Contas do Estado e acusou o ex-prefeito de não pagar indenizações a funcionários demitidos ao fim de seu mandato.


Na réplica, Damasceno rebateu relembrando que a campanha de Zé Filho estaria focada em ataques pessoais e não em propostas para a cidade. “A cidade precisa de gestão eficiente, e não de discursos baseados em ressentimento”, disse.

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Rodrigo Damasceno x Maria Lucinéia


Durante outro trecho do debate, os candidatos Rodrigo Damasceno e Maria Lucinéia discutiram a realização de eventos culturais e a retomada de concursos públicos no município. Rodrigo Damasceno levantou a questão, destacando a importância de criar oportunidades em diversas áreas. Ele perguntou a atual gestora sobre suas propostas para grandes eventos, como o Expo Taraucá, o retorno do carnaval e o Festival de Praia, além de questionar a ausência de concursos públicos nos últimos quatro anos.


Em sua resposta, Maria Lucinéia ressaltou que as discussões estão muito focadas no carnaval, mas que sua gestão foi além disso. “A verdade está se resumindo muito à questão do carnaval, como se tivesse só a festa do carnaval. Vou repetir de novo: nós realizamos as festas todos os anos do aniversário da cidade, que é uma grande festa. Realizamos também o Festival do Abacaxi, se preocupando principalmente com a economia local, que é onde a gente realmente tem uma necessidade urgente de aumentar essa economia”, destacou a candidata.


Sobre o carnaval, Lucinéia foi enfática em afirmar que o município não possui os recursos necessários para financiar o evento. “O carnaval é muito caro. Você trazer uma equipe de som, montar tudo, é muito dinheiro. E eu não tenho uma ajuda. E quando eu conseguia ajuda, era impedida pela justiça. Cada festa dessas, eu tive que responder por questões legais. Mesmo assim, não fizemos nenhum decreto extinguindo o carnaval. O que não tenho são condições financeiras, e isso é muito caro, por sinal. Mas fizemos as festas que pudemos, com muita responsabilidade e coragem.”, afirmou a gestora.


Rodrigo Damasceno, em réplica, discordou da posição de Lucinéia e afirmou que a falta de eventos no município reflete a atual gestão. “Nossa época, nós fizemos as festas, sim. Resgatamos várias festas. A partir de janeiro, teremos carnaval, ExpoTarauacá, festival da cidade, como sempre fizemos. E sobre os concursos públicos, o nosso limite de pessoal está em 48%, o que dá margem para realizar concursos. Existe a possibilidade de diálogo com o sindicato, mas isso foi abolido pela atual gestão”, criticou Damasceno.


Na tréplica, Maria Lucinéia defendeu o trabalho de sua administração, especialmente no que diz respeito ao diálogo com os servidores e à valorização dos funcionários públicos. “Na verdade, o concurso público só é possível porque nós conseguimos atingir esse índice de responsabilidade fiscal. E não fechamos as portas para o sindicato, muito pelo contrário. Fomos a gestão que mais teve compromisso com os servidores da educação e com os demais servidores”, afirmou.


“O Vale-Alimentação, por exemplo, antes só beneficiava os servidores da educação e da saúde. Nós ampliamos para todos os servidores do município. Por que a secretaria ganhava e os outros não? Todos são funcionários do município, e nós garantimos isso. Além disso, o professor hoje recebe o piso nacional, algo que muitos estados com muito mais recursos ainda não pagam. E quando tivemos o primeiro encontro com o sindicato, me disseram que era direito do professor receber 45 dias de férias, algo que não estava sendo cumprido. Naquele mesmo mês, nós começamos a pagar. Aumentei o Vale-Alimentação para o apoio, que era o setor mais desassistido. Hoje o apoio recebe um vale digno. Sobre o abono, hoje o professor que tem dois contratos recebe pelos dois no final do ano. Nunca isso foi feito antes. Nós valorizamos os professores e servidores como merecem.”, afirmou.


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