O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), anunciou nesta quinta-feira (26) um projeto de distribuição de água para o segundo distrito da capital que promete tirar a região da dependência da água captada a partir do rio Acre. De acordo com Bocalom, a ideia surgiu da revisão de viabilidade de um projeto de governo de mais de 10 anos atrás, que foi abandonado.
Segundo a prefeitura de Rio Branco, 5 poços rasos com profundidade média de 50 metros foram encontrados em estado de abandono no bairro Santo Afonso, numa região onde funciona um reservatório de água do Departamento Estadual de Água e Saneamento do Acre – DEPASA, hoje sob responsabilidade do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco – SAERB. Estes poços, que estão localizados dentro da área do Aquífero Rio Branco, teriam sido perfurados com o argumento de substituir o abastecimento da capital há mais de 10 anos, mas dado o volume de água insuficiente que minou dos locais, o DEPASA, à época, abandonou o projeto.
“Eles estavam abandonados, tinha-se divulgado que estes poços não seriam capazes de atender à demanda, só que a demanda que o DEPASA pensou é inatingível, de até 50 mil litros de água por hora. Este aquífero dá, no máximo, 15 mil litros por hora”, explica Solange Morais, geóloga do SAERB.
Tião Bocalom disse que apesar dos poços não serem o suficiente para abastecer toda a capital, são suficientes para atender a curto prazo, 20% da Cidade do Povo e a perfuração de 20 poços novos devem garantir o abastecimento para as mais de 3.400 unidades consumidoras do bairro. No ano que vem, a gestão pretende expandir o número de poços até que o volume seja suficiente para abastecer todo o segundo distrito.
“Estamos recuperando esses poços, vamos perfurar outros 20, que é para atender a Cidade do Povo. Nosso projeto inicial é 100% da Cidade do Povo ser atendida com água de poços. Em seguida, vamos continuar perfurando mais para que possamos abastecer todo o segundo distrito. A gente vai continuar agora com os postos rasos, que são como os que já estão estabelecidos, e em seguida vamos perfurar poços de pesquisa de até 400 metros, para a gente saber se a gente encontra água aí nessa profundidade”, contou o prefeito.
Enoque Pereira, diretor-presidente do SAERB, explicou que a independência no abastecimento da Cidade do Povo em relação à rede do SAERB que capta água do rio Acre vai aliviar a pressão sob o sistema já existente e elevará a qualidade e frequência do abastecimento na parte alta do primeiro distrito.
Como funciona o sistema hoje, e como irá funcionar?
O sistema de distribuição de água do SAERB inicia com a captação da água do rio Acre. Em seguida, essa água passa por tratamento nas Estações de Tratamento de Água, são depositadas em reservatórios e bombeadas para as redes ou reservatórios secundários em toda a cidade através de uma rede no subsolo.
A proposta da prefeitura com a perfuração de poços é tornar a Cidade do Povo e, no futuro, outras regionais do segundo distrito, independentes desta rede, que por percorrer distâncias cada vez maiores em razão da expansão da densidade populacional, perde eficácia e está sujeita a mais falhas. Deste modo, a distribuição de água nessas regionais ficam mais “próximas” e o sistema de abastecimento já existente se torna mais eficiente.
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