Organizações da sociedade civil no Acre emitiram uma nota pública nesta quinta-feira (19) cobrando as autoridades públicas pelo fim das queimadas no estado, que vem gerando consequências para a saúde da população e o meio ambiente.
Em nota, a associação destacou que os dados do Laboratório de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (LABGAMA) da Universidade Federal do Acre (Ufac) que revelou que, apenas no último dia 17, cerca de 2.700 hectares de florestas nativas foram destruídos pelo fogo .
As entidades alertam que o leste do Acre se tornou uma das regiões mais poluídas do mundo, com a fumaça cobrindo o estado e agravando problemas de saúde, como o aumento de doenças respiratórias. “O ar tornou-se irrespirável, as doenças respiratórias se multiplicam; a fumaça cobre o Acre”, afirma o texto.
A nota denuncia que as queimadas fazem parte de um processo sistemático e crime de grilagem de terras. Segundo eles, criminosos se aproveitam da seca para atear fogo na vegetação e, posteriormente, transformar as áreas devastadas em pastagens. “O ciclo é claro: o fogo devasta e concentra terra nas mãos daqueles que não se importam com a destruição da natureza e da saúde da população”, denuncia a nota.
As organizações também criticam a inação das autoridades e cobram que medidas urgentes sejam tomadas para combater as queimadas e punir os responsáveis. “Não é mais aceitável que toda uma população sofra silenciosa e impotentemente, enquanto criminosos envelhecem com ousadia e impunidade”, declaram.
O documento foi assinado por dez entidades, entre elas o Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Educação Popular (CDDHEP), SOS Amazônia, Comitê Chico Mendes, Coletivo Varadouro, Movimento de Mulheres Camponesas e o Fórum Acreano da Educação do Campo, das Águas e das Florestas.
“A Amazônia clama por justiça. Exigimos que a destruição cesse. Não há mais tempo para esperar”, finaliza a nota.