Christiane Torloni anunciou a saída da Globo em abril deste ano, após quase 50 anos na emissora. A atriz, de 67 anos, que viralizou na quinta, 19, ao voltar ao Rock in Rio 2024 para reeditar o meme É dia de Rock, Bebê, desta vez para uma marca, vem se dedicando ao teatro e está engajada em temas sociais, como a causa dos povos originários na Amazônia. Em entrevista recente à Marie Claire, Christiane falou sobre o afastamento da TV, a dor do luto e o que defende.
Em cartaz com a peça Dois de Nós, ao lado de Antonio Fagundes, a atriz – que se tornou ícone da TV brasileira por papéis em novelas como Mulheres Apaixonadas (2003) e Fina Estampa (2011) – afirmou que tem recusado papéis nas telinhas por falta de interesse. “Fiz meu último trabalho [a novela O Tempo Não Para (2018)], mas veio a pandemia e emendei outros projetos. Neste momento, a televisão realmente não me interessa. Eu tenho recusado papéis porque não tenho vontade de fazer o que já fiz. Ou você dá um salto pra uma coisa que você ainda não fez e vai experimentar ou você fica perdendo seu tempo”, disse à Marie Claire.
No final de 2023, a atriz perdeu o pai, o ator e diretor de teatro Geraldo Matheus. O luto recente somou-se à dor pela morte do filho Guilherme (fruto do casamento com Dennis Carvalho), então com 12 anos, em 1991. “É uma tragédia, porque é um acidente, é uma miséria. Você sabe que vai passar a vida inteira fazendo compressas no seu coração. A gente tem uma lembrança do Guilherme que é uma lembrança linda, porque era uma criança linda, mas é uma história que não teve o seu futuro. Você vê tudo que tinha ali para acontecer, ele provavelmente seria um desenhista maravilhoso, tinha vários talentos”, compartilhou Christiane.
Bastante vocal sobre temas sociais e políticos, Christiane participou das Diretas Já na década de 1980. Hoje, fala bastante da causa dos povos originários e da preservação da Amazônia. “Eu tenho esperança no novo. Só que o novo não pode achar que é a inteligência artificial que vai fazer o que ela tem que fazer. Eu sou atriz, mas sou cidadã. Tudo é política. Fui educada assim. É preciso ficar atento, porque tudo que você faz tem uma reação coletiva. Por isso, nos últimos anos, fui me interessando por outra maneira de contar a história, a dos nossos povos ancestrais”, explica.
“Acho que os indígenas pensaram o planeta de uma forma mais organizada, muito mais feliz, muito mais interessante do que a gente vive”, acrescenta Torloni.
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