Sinara Oliveira é mãe de um jovem de 18 anos, com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que estuda na escola João Aguiar, localizada no Conjunto Manoel Julião, na capital acreana.
Ela procurou o ac24horas para denunciar o que chama de coação, bullying, preconceito e completa falta de ação da direção da escola.
Emocionada, a mãe faz um relato do que o filho tem sofrido na escola.
“Desde abril para cá, a escola tem tratado meu filho praticamente como criminoso, sendo que a gente já deixou os laudos, relatórios psicológicos na escola. Ele sofre muito bullying, preconceito dos colegas, que apelidam ele de diabo, de capeta, de desgraça, de vários outros apelidos. Ele sofre muita rejeição, exclusão, tanto é que ele sempre fica sozinho na escola e tudo isso abala muito ele, que tem impulsos. Então, geralmente tem conflitos na sala de aula com os colegas. E a escola, podendo auxiliar, criar meios para tentar minimizar isso, não faz nada e quando tem um conflito, querem me responsabilizar apenas”, relata.
Sinara diz que até um professor já praticou preconceito contra seu filho e que a direção não faz nada para resolver o impasse. Pelo contrário, ela acusa o diretor, Wilson Guimarães, de praticar coação para que a mesma tire o filho da escola.
“O diretor já sugeriu que eu tirasse ele da escola, teve um comentário infeliz de um professor que fez até comparação dentro da sala de aula perante os demais alunos com ele, dizendo que ele era menos inteligente do que outro aluno. Aí eu me pergunto, a escola, que era para estar preparada para receber e para fazer a inclusão, é a que mais faz a exclusão e eu fico assim, indignada como mãe porque é uma batalha cruel, desde pequena que a gente luta, a gente vê as palestras, a gente vê essa politicagem em cima da inclusão, mas, na prática, é outra realidade”, conta Sinara.
O caso foi parar na Delegacia. A mãe registrou um Boletim de Ocorrência onde relata os acontecimentos acima e pede providências.
O ac24horas conversou com o diretor da escola João Aguiar, Wilson Guimarães. O gestor negou as acusações e diz que nunca chamou a mãe para solicitar que o estudante fosse transferido.
“Existe um outro Boletim de Ocorrência registrado por duas alunas contra esse rapaz, que já tem 18 anos, portador de necessidades especiais, ele é autista, tem TOC e TDH. Ele agrediu as duas alunas fisicamente. Nunca chamei essa mãe para sugerir transferência, nunca, ela está faltando com a verdade. O que foi sugerido para ela foi que a gente mudasse de sala de aula, tendo em vista até que já de outras vezes esse aluno com problema na sala de aula. Não existe essa situação de discriminação com relação ao aluno. O problema é que ele de vez em quando surta. A gente passou essa situação para a Secretaria de Educação. A escola está totalmente tranquila com relação a isso e o que as autoridades decidirem, a gente vai cumprir”, destacou.
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