O presidente estadual do Agir no Acre, Naldo Mesquita, anunciou na manhã desta quarta-feira (18) que Gilmar Pismel foi destituído do cargo de presidente da executiva municipal do partido após se rebelar contra as decisões da sigla e acusar o prefeito Tião Bocalom de fazer proposta para “comprar” apoio. De acordo com Mesquita, foi o senador Sérgio Petecão quem “comprou” Pismel para bancar a revolta. O senador Petecão negou a versão do partido e disse que foi o senador Márcio Bittar (UB) e o prefeito Tião Bocalom (PL) que fizeram a compra do apoio do Agir em Brasília.
Entenda o caso: Direção do Agir acusa Bocalom de tentar “comprar” apoio dos candidatos
Segundo com Naldo, o Agir compunha a aliança de Marcus Alexandre (MDB), mas as promessas que foram feitas por Petecão, de ajudar financeiramente nas campanhas dos candidatos do partido, não foram cumpridas. “Dos 16 candidatos nossos, só 6 receberam material de campanha, que foi a impressão de 10.000 santinhos. Gilmar foi pra lá, não sei dizer o valor da proposta que ele recebeu, mas deve ser bom, a ponto de ele não vir pra cá onde está o governo, que era nossa casa antes”, disse.
A respeito do vídeo lançado no perfil oficial do partido numa rede social, em que o então presidente da executiva municipal, acompanhado pelos candidatos a vereador, denuncia a suposta “compra” por parte de Bocalom, o presidente do Agir disse que os membros do partido que apareceram nas imagens foram enganados, e boa parte deles compareceu no Comitê Central de Bocalom para apoio ao prefeito. “Ele [Gilmar Pismel] chamou os candidatos dizendo que a coligação lá tinha um recurso para eles. Foram todos enganados para ir para a reunião. Quando chegou lá não tinha nada, só promessa e nada cumprido. Com a aliança ao MDB, o recurso não teve, praticamente não teve. Nem mandaram os 15 litros de gasolina pra cada candidato. Alegaram que não tinha dinheiro, que não veio recurso”, afirmou.
Jorge Henrique, à esquerda, secretário da executiva municipal do Agir; Naldo Mesquita, presidente estadual do Agir, ao centro; Francisco Silva, novo presidente da executiva municipal do Agir – Whidy Melo/ac24horas
Diante da situação, o Agir no Acre contatou a direção nacional do partido, que destituiu Gilmar do cargo, nomeando Francisco Silva para a vaga.
“Petecão comprou as candidaturas fiado e comprou a candidata a vice-prefeita de Marcus fiada. Fez a aliança e a 15 dias já para as eleições, veio com a história de que não tem dinheiro, não tem recursos para tocar a campanha. Diante disso, nós temos que tomar a decisão para salvar os candidatos do partido. Não tem recurso, ninguém sabe se é o PSD, se é o MDB, a coisa certa é que tem que viabilizar, porque os candidatos não têm como tocar uma campanha sem recurso”, completou o novo presidente da executiva municipal do Agir.
Com um novo partido na aliança, a coligação Produzir Para Empregar tem agora 7 partidos e 156 candidatos a vereador.
O senador Sérgio Petecão, presidente estadual do PSD no Acre e um dos principais articuladores da campanha de Marcus Alexandre (MDB) à prefeitura de Rio Branco, se defendeu das acusações e disse que a mudança de direção do Agir foi resultado da compra do partido em Brasília, que teria, segundo ele, sido feita pelo senador Márcio Bittar (UB) e pelo candidato Tião Bocalom (PL). “Esse Naldo é um picareta, pode botar aí que eu falei isso. Os caras compraram o partido desse picareta, tive a informação de que foi o Márcio Bittar e o Bocalom. Eu já tinha visto de tudo, comprar voto, fazer todo tipo de coisa, mas comprar partido é absurdo. Os caras me contaram isso, porque eu não me meto nisso, meu negócio é pedir voto, mas liguei pra lá e recebi a informação de que esse picareta, que eu ajudei com estrutura, fez essa patifaria”.
