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CGU e TCE apontam falhas graves no pronto-socorro de Rio Branco

Foto: Pronto Socorro de Rio Branco I Whidy Melo/ac24horas
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No último dia 23 de agosto, a Controladoria-Geral da União no Acre, em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC), realizou fiscalização no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (HUERB).


O ac24horas teve acesso ao laudo técnico após a inspeção produzido pela CGU que aponta falhas graves dentro da maior unidade de urgência e emergência do Acre. Entre os principais problemas, foram relatados superlotação, ausência de escalas dos plantões, falta de profissionais e medicamentos e até ratos e baratas que saem pelo ralo do laboratório da unidade de saúde.


Veja abaixo os pontos identificados pela inspeção:

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Escala de profissionais – Durante a inspeção, constatou-se que as escalas dos profissionais de saúde não estavam adequadamente divulgadas na recepção da Unidade de Saúde, o que dificultava o acesso do público às informações. Foi informado que as escalas estariam afixadas em cada setor, mas não foi possível identificar a divulgação em todos os setores. Além disso, as escalas foram entregues apenas em alguns setores durante a visitação e não estavam devidamente organizadas. As informações necessárias, como nome completo, especialização e horários de plantão, não estavam claramente indicadas, o que dificultava a identificação dos profissionais de saúde disponíveis em cada turno de atendimento. Além disso, observou-se que não havia divulgação dos canais de comunicação para reclamações, sugestões e elogios, o que comprometeu a promoção de uma comunicação efetiva entre os usuários e a administração da unidade. Devido à falta de divulgação ampla das escalas dos servidores plantonistas, não foi possível verificar o cumprimento em todos os setores. No entanto, nas áreas visitadas foram identificadas algumas inconsistências. No setor de Laboratório, conforme a escala prevista, duas técnicas não estavam presentes. Da mesma forma, no setor de Cardiologia, também foi detectada a ausência de alguns profissionais de saúde. Já nos setores de Raio-x, ultrassom, oftalmologia, ortopedia e Eletrocardiograma, não foram encontradas as escalas de plantão.



Superlotação – Durante a inspeção in loco realizada no período noturno, considerado o mais crítico devido ao aumento significativo da demanda de pacientes, foi identificada superlotação na Unidade de Saúde, uma grande fila de espera na triagem e várias macas com pacientes fora dos leitos, espalhadas pelos corredores, conforme registrado em fotografias.


Setor de Farmácia – No local, havia profissional de farmácia com a devida habilitação. No mês de agosto, houve a falta de três medicamentos (NIFEDIPINO, LIDOCAÍNA e METILPREDNISOLONA). No entanto, foi relatado que, mesmo com a ausência desses medicamentos, foi possível suprir a necessidade utilizando outros medicamentos com a mesma fórmula. Além disso, a inspeção também avaliou todo o espaço físico do setor e constatou que a estrutura apresenta alguns danos e não está adequada para o correto acondicionamento dos medicamentos. Observou-se, por exemplo, que a parede apresenta mofo e fungos, e a janela não possui um material vedante adequado para impedir a entrada de luz solar.


Setor de Laboratório – Foi informado pelos servidores plantonistas que os exames rotineiros são realizados na própria unidade, e que os equipamentos do laboratório são suficientes para a realização dos exames solicitados pelos médicos, com exceção dos exames de microbiologia, que são encaminhados para o LACEN. No que se refere à infraestrutura, foram constatadas danos que comprometem a qualidade do trabalho. Assim, a infraestrutura não está adequada e necessita de melhorias. Exemplos dos problemas identificados incluem os ralos de esgoto, mofo, forro, banheiro e instalações elétricas do laboratório, conforme detalhado no relatório fotográfico a seguir. Por fim, os próprios servidores do setor informaram que há a presença de ratos e baratas saindo pelos ralos de esgoto localizados no laboratório. Devido a isso, os servidores realizam rotineiramente uma vedação improvisada com esparadrapos nos ralos de esgoto.


Satisfação e Comunicação aos usuários – Neste ponto, o roteiro de fiscalização abordou aspectos relacionados à satisfação dos usuários. A partir das entrevistas realizadas no local, constatou-se, de modo geral, que os usuários estão insatisfeitos com o serviço oferecido pela unidade de saúde fiscalizada. Essa insatisfação decorre principalmente da falta de profissionais em quantidade adequada para realizar os atendimentos de forma tempestiva e eficiente, resultando em longas esperas e dificuldades na obtenção de informações. Os usuários manifestaram o desejo de sugerir melhorias no atendimento das unidades, destacando, de forma recorrente, as seguintes sugestões: aumento do número de médicos e outros profissionais de saúde para atender melhor à população; treinamento dos funcionários, especialmente os da recepção, para proporcionar um atendimento mais humanizado e Reforma da estrutura física das unidades para melhorar as condições de atendimento.


Conclusão – Após a inspeção, o laudo técnico assinado por Osmar Nilo de Jesus Bezerra Neto, Superintendente da Controladoria Regional da União no Estado do Acre, faz as seguintes recomendações ao secretário de Saúde e ao diretor-geral do Pronto-Socorro:


Diante das fragilidades identificadas, recomenda-se ao Secretário de Estado da Saúde e ao Diretor-geral do Hospital Geral de Clínicas de Rio Branco (HGCRB) a adoção das seguintes medidas: PROVIDENCIAR a ampla divulgação e o fácil acesso ao público das escalas de plantão dos profissionais da área da saúde, incluindo nome completo, especialização, horários de plantão e informações de contato; REALIZAR, com urgência, uma gestão efetiva das escalas de plantões para evitar abandonos ou trocas de plantões sem a devida justificativa, ou comprovação formal de autorização; DISPONIBILIZAR canais de comunicação de fácil acesso ao público em geral para reclamações, sugestões e elogios, a fim de promover uma comunicação efetiva entre os usuários e a administração da unidade; APERFEIÇOAR o método de triagem para acelerar os atendimentos, a regulação, e evitar grandes filas de espera e aglomeração de leitos com pacientes nos corredores da unidade de saúde; EFETUAR O levantamento contínuo dos medicamentos para garantir que não faltem e que possam ser providenciados em tempo hábil, evitando transtorno à população; PROVIDENCIAR estrutura com trancas apropriadas para a segurança e o adequado acondicionamento dos medicamentos; IMPLANTAR sistema de controle de estoque eficiente e implementem medidas de segurança para o acesso ao setor de farmácia e EXECUTAR serviços básicos de reparação estrutural, como pintura, vedação de janelas, reparos de pisos, paredes, tetos, ralos e dedetização, nos setores de farmácia, laboratório, internação, ultrassom e eletrocardiograma.


A reportagem procurou a direção da unidade para um posicionamento sobre o relatório da inspeção. Conforme o diretor-geral do PS, Lourenço Vasconcelos, a unidade vai se adequar. “Já respondemos esse relatório à Sesacre e deixo claro que já estamos tomando providências com relação a esses pontos e nos adequando na medida do possível”, explicou.


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