O programa Boa Conversa desta sexta-feira, 13, com a participação dos jornalistas Marcos Venicios, Astério Moreira e Luiz Carlos Moreira Jorge, mais uma vez, repercutiu os principais assuntos políticos da semana no Acre.
Um dos principais temas foi uma declaração da deputada federal Socorro Neri (PP) dada ao colunista Luiz Carlos Moreira Jorge ainda na manhã de hoje sobre os boatos surgidos nos últimos dias de que teria decidido pelo apoio à candidatura a reeleição do atual prefeito, Tião Bocalom (PL). Além de negar, Neri afirmou que soube que, pessoas do governo, sem citar quem são, estão ameaçando exonerar os indicados por ela que possuem cargos na administração estadual.
“O apoio a Bocalom não procede , não conversei com o Bocalom, não conversei com o governador sobre isso e não estou discutindo apoio ao atual prefeito com ninguém. Meu valor precisa ser respeitado pelo que tenho feito dentro do PP, pelo meu mandato e pelo fortalecimento do partido nos municípios. O que pude apurar até agora, é os que estão decidindo pelo governo voltaram a colocar na mesa que ou eu me enquadro, ou exoneram os que indiquei. Não sei a posição do Gladson sobre isso, porque não temos conversado”, disse Socorro Neri ao colunista do ac24horas.
O posicionamento de Socorro foi avaliado por Astério Moreira como mais uma prova da falta de espaço da parlamentar dentro de seu atual partido. “Não entendo como ela quer fortalecer o PP, se o PP não quer ela. A Socorro foi humilhada publicamente ao ser retirada da presidência municipal. Outros deputados federais que não são do PP são mais respeitados”, afirmou.
Opinião corroborada por Luiz Carlos Moreira Jorge. “Ela tem mais espaço dentro do PP, a cúpula do partido não gosta dela e se ela for apoiar alguém que não seja do PP não vai fazer nada de mais”.
O debate foi levantado sobre como ficarão os nomes de indicados pela deputada que ocupam cargos no governo, entre eles, o principal nome, do gestor da educação, Aberson Carvalho, que é afilhado político de Neri. Na opinião dos jornalista, mesmo que aconteça uma ruptura política entre Gladson e a parlamentar, o gestor deve permanecer pelo bom trabalho que executa. “Acho que o Aberson hoje é até mais Gladson do que Socorro, até porque tem dado resposta, está entre aqueles gestores que têm apresentado bons resultados”, disse Astériio.
Os reflexos em seu futuro político de não se decidir por apoiar nenhum dos candidatos em Rio Branco nestas eleições também foi avaliado. “Não sei onde ela vai buscar espaço de poder, já que não declarou apoio a ninguém, e pode sair em uma situação complicada, pois em todas as pesquisas é muito bem avaliada para o Senado, mas vai sair sem compromisso político com ninguém, o que pode comprometer futuras alianças”, avaliou Luiz Carlos.
Outro assunto repercutido no programa foi a operação da Polícia Federal, desencadeada nesta sexta, contra fake news e compra de votos. A operação foi iniciada a partir de um pedido do próprio Marcus Alexandre, do MDB, que foi até a PF acusando está sendo vítima de fake news. A avaliação dos jornalistas é que a justiça eleitoral precisa intensificar a fiscalização contra o abuso do poder econômico nas eleições, principalmente em Rio Branco. “São campanhas milionárias na rua, com uso da máquina pública, a Justiça Eleitoral e Polícia Federal precisam ir para cima, se não, teremos uma eleição decidida na compra de votos”, declarou Luiz Carlos.
Astério enalteceu que existem campanhas para vereador na capital com mais estrutura que de candidatos a prefeito no interior. “Essa operação é importante para mostrar que a justiça está de olho, mas é uma gota no oceano, é uma ostentação grande demais, que está passando dos limites, tem candidatura a vereador com estrutura maior que muitos candidatos a prefeito de municípios próximos”.
A polêmica da educação, após a demissão de mais de 500 profissionais da rede municipal, e que teve um áudio vazado da secretária de Educação de Rio Branco, Nabiha Bestene, onde afirma que tentou abrir um processo seletivo, mas foi impedida por “forças estranhas” dentro da prefeitura também foi abordada. Para Moreira Jorge, a situação trouxe prejuízos à campanha de Bocalom. “Claro que tem um reflexo na campanha do Bocalom, pegou muito mal, mostrou uma briga de egos dentro da Secretaria de Educação”, disse.
Para os colunistas do programa, não há dúvidas de que existe um racha no setor entre Nabiha e seu secretário-adjunto, Paulo Machado. “Quero saber quem é o sujeito da força estranha. Ao que parece temos um racha entre os dois dentro da SEME”, avaliou Astério.
Luiz Carlos salientou que falou com Machado sobre a polêmica. “Liguei e ele foi irônico, dizendo que era apenas adjuntos e quem decide é a Nabiha. O que está certo é que mesmo que o contrato desses mais de 500 professores sejam renovados, é apenas até o final do ano”.