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No Pôdicast, Nilda Dantas relembra histórias e preconceito ao longo da carreira no Acre

Imagem: Reprodução Pôdicast
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Nilda Dantas, poeta, escritora, frasista, radialista, jornalista, fotógrafa e ícone da história do rádio acreano, foi a convidada do Pôdicast, comandado pelo publicitário David Sento-Sé, nesta sexta-feira, 13.


A jornalista iniciou contando um pouco de sua trajetória, revelando que dos auditórios acabou recebendo o convite para treinar no rádio. “Nós moramos a vida toda aqui na cidade, meus pais criaram nove filhos, tiveram onze, e era muito difícil. Nós éramos de uma família muito humilde. Meu pai era diarista na área de carpintaria e minha mãe era do lar, depois aprendeu a costurar e foi ajudante de enfermagem, auxiliar de enfermagem. Eu comecei a estudar e era muito sapeca. Nas minhas travessuras, quando estava de folga do colégio, subi no meu primeiro palco, que era uma goiabeira no quintal da minha mãe. Foi o meu primeiro palco. Que maravilha. Acho que eu já precisava de público, algo assim. Aí depois, no Colégio Acriano, acho que era o único colégio na década de 60 que tinha auditório. Eu fui ser a partner de um mágico que jogava faca. Acho que eu tinha 14 ou 15 anos, eu era doida já, e ele jogando faca e eu ali. Depois fui para os programas de calouros, na rádio-difusora, e, depois que esses programas acabaram, fui para o programa de calouros na Nova Andirá, antes mesmo de receber o convite para treinar como locutora”, contou.


No entanto, Nilda relembrou que o início da carreira foi difícil devido ao preconceito e às dificuldades em receber salário. “Foi difícil, muito sofrido no início da minha carreira. Preconceito mesmo. Lembro que um anunciante do horário da madrugada, quando eu estava como estagiária, falou para o diretor que continuasse comigo, que ele pagaria pelo menos três meses do meu salário”, disse, revelando também as críticas recebidas de membros da imprensa. “Um colega uma vez disse que eu estava superada no ano de 1999. Quando foi em 2000, fui a Brasília a convite, não por indicação de ninguém, mas a convite da ANDI, para receber o certificado de jornalista amiga da criança. Eu sou a primeira jaca do Acre, depois que essa pessoa disse que eu já estava superada. Recentemente, acho que há um ano e pouco, uma pessoa disse para uma figura que respeito muito na imprensa: ‘Eu não sei porque a rádio-difusora ainda aguenta a Nilda’”, relatou.

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Dantas também mencionou vários outros assuntos, entre eles, a entrega breve da Rádio Difusora Acreana, que está passando por reforma. “Ela está novinha, com móveis novos. Estava meio quebrada, bem quebrada. Agora, depois da Expoacre, vamos receber nosso prédio de volta. Inclusive, gostaria de agradecer a duas pessoas que se envolveram nesses 80 anos da Difusora. Um é o Sérgio Solto, que compôs uma canção belíssima para a rádio. O outro é o nosso confrade da Academia Grande de Letras, Chapuliense Milton Júnior, que fez um poema muito bonito e que futuramente estará na parede lá”, declarou.


Nilda Dantas Pires começou sua carreira como radialista em 1967, na extinta Rádio Novo Andirá. Filha de Emídio de Brito Pires, carpinteiro e servidor público, e da auxiliar de enfermagem Raimunda Dantas Pires, ambos falecidos, ela conta que seu sonho era ser balconista ou datilógrafa, mas o destino a levou, aos 17 anos, às ondas sonoras dos concorridos programas de calouros.


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