Hoje é o último dos três artigos que nos propomos a discorrer sobre os números do Acre no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (ldeb) 2023. Nesse último, sobre os números para os últimos anos do Ensino Fundamental.
Nunca é demais repetir que o Ideb é o principal indicador da educação básica pública e privada do Brasil e é medido em uma escala que varia de 0 a 10, considerando a nota das escolas em avaliações de português e matemática aplicadas na prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), compilados pelo Censo Escolar e o fluxo escolar.
O resultado do Ideb é um indicativo da qualidade do ensino acreano, guardada as devidas proporções, haja vista que somente duas áreas do conhecimento serem objeto de avaliação. Mas o índice oferece subsídios para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas educacionais com base em evidências de dados.
O Ideb do Ensino Fundamental do Acre – anos finais, alcançou o Índice de 4,8, ocupando o 17º lugar no Brasil e o 2º lugar na Região Norte
O Ideb Brasil do ensino fundamental – anos finais, foi de 5,0 e foi superado apenas, por sete estados da federação (CE, PR, GO, SP, ES, PI, SC). Os Estados de Pernambuco, Alagoas e o Distrito Federal obtiveram o mesmo Índice nacional do Ideb (5,0).
A Região Norte alcançou um índice de 4,6 . Três estados da Região ficaram com nota a baixo da média regional: Pará (4,4), Roraima (4,3) e Amapá (4,3). O Tocantins foi o estado da Região que obteve a maior nota (4,9). O Acre, juntamente com Rondônia e o Amazonas, vieram em seguida com a nota 4,8.
A rede privada o Acre (6,6) ficou 0,3 ponto percentual acima do índice ao nacional (6,3), ambos superando o índice regional (6,0). Já na rede pública, o índice do Acre (4,7) ficou igual aos índices nacional e acima do da Região Norte (4,4).
85% das escolas da rede estadual e 20 % da rede municipal obtiveram notas iguais ou acima do Ideb estadual.
Na tabela baixo constam indicadores selecionaldos do número de escolas do ensino fundamental – últimas séries, cadastradas, por rede de ensino, que obtiveram notas e aquelas de obtiveram notas iguais ou superiores ao Ideb estadual (4,8). Percebe-se que as escolas da rede estadual aparecem com melhor desempenho que a rede das escolas municipal. Somente 4 escolas da rede municipal com nota, obtiveram nota igual ou superior ao Ideb estadual.
Brasiléia foi destaque da rede estadual e Jordão na rede municipal
Conforme a tabela a seguir, somente 7 municípios alcançaram notas iguais ou superiores ao Ideb estadual (4,8). Os quatro primeiros municípios ranqueados (Brasiléia, Epitaciolândia, Senador Guiomard e Cruzeiro do Sul), com Ideb variando de 5,3 a 4,9, são de escolas da rede estadual. A rede municipal deu destaque a dois municípios: Jordão (4,9) e Rodrigues Alves (4,8). A unica escola da rede federal, o Colégio de Aplicação de Rio Branco, obteve um Ideb de 4,8.
Na tabela a seguir, destacam-se as escolas mais bem ranqueadas naqueles municípios que obtiveram escolas com notas igual ou superior ao Ideb estadual (4,8).
A escola com maior nota foi o Colegio Militar Tiradentes, pertencente a rede estadual de Rio Branco, com a nota 6,6. Em seguida vem o também colegio militar estadual Dom Pedro II, da rede estadual de Cruzeiro do Sul, com nota 6,4.
Como comentamos anteriormente, somente 4 escolas da rede municipal conseguirar nota igual ou superior ao Ideb estadual, foram elas: a Antonio Ferreira Gomes de Cruzeiro do Sul (4,9), a Bernardo Abdon da Silva de Jordão (4,9), a Antonia Mendes de Manorl Urbano (4,9) e a Padre Raimundo Agnaldo Pereira Trindade Municipal de Rodrigues Alves (4,8).
O único colégio da rede federal com nota foi o Colégio de Aplicação da Ufac que obteve a nota 4,8.
Do total de escolas acreanas do ensino fundamental – últimos anos, das três redes (federal, estadual e municipal), com notas do Ideb, 76% ficaram com Ideb igual ou superior ao Ideb Acre (4,8). Não deixa de ser um resultado muito bom. Porém, a preocupação fica com os resultados para as escolas municipais, principalmente aquelas localizadas nos municípios mais isolados.
Porém, leio preocupado no portal Uol de 10/9/2024 que “na contramão de países da OCDE, Brasil reduz gastos com educação – País diminuiu investimento em ensino entre 2015 e 2021. Gasto por aluno é um terço da média da OCDE. Já os professores brasileiros trabalham mais e recebem menos. Os gastos com educação no Brasil caem a cada ano e vão na contramão da experiência internacional”.
O espaço ficou pequeno para maiores análises. Meu objetivo foi apresentar os números e pequenas reflexões. Autoridades, gestores, educadores e demais profissionais e instituições devem trabalhar e refletir com maiores competências e detalhes os resultados do ideb 2023.
A educação é o nosso futuro!
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas