O apresentador Luciano Huck levou um sermão do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a conversa que os dois tiveram no país europeu. Ao pedir ao político que gravasse um recado para Angélica e seus três filhos de que estava tudo bem depois dos momentos de terror vividos na noite anterior, quando a Rússia lançou uma grande ofensiva aos rivais, o comunicador ouviu do ucraniano uma frase clara: “Não está tudo bem”.
A confissão foi feita pelo próprio Huck em entrevista a Poliana Abritta exibida pelo Fantástico deste domingo (8). Ele admitiu que tentou quebrar o clima de tensão logo no início da conversa, mas o tiro saiu pela culatra. “O presidente chegou nervoso, tenso, tanto que eu começo a conversa com ele tentando quebrar o clima. E não deu certo”, disse o apresentador.
“Também quis falar da saúde mental dele, de ser um alvo do exército russo o tempo todo. Teve uma hora que eu pergunto do que ele sente falta”, lembrou Huck, que transformou o papo com Zelensky em um documentário do Globoplay. O projeto, aliás, ganhou como título justamente a “bronca” do presidente: Não Está Tudo Bem chega ao streaming no dia 15.
Huck estava em um hotel na Ucrânia quando Vladimir Putin lançou bombardeios no país. Ele narrou os momentos de terror e tensão que viveu na capital Kiev, um dos cenários da longa guerra.
“Quando anoiteceu no domingo, foi o problema. Às 3h da manhã, começa a tocar tudo [os alarmes]. Aí você vê que o bicho pegou, porque todos os funcionários estavam lá, a turma da cozinha, da limpeza, do serviço de quarto. Aí fica cheio, tá todo mundo lá embaixo”, apontou.
Antes dos ataques, ele havia passeado pela cidade e se surpreendeu com o que presenciou por lá. “Você vê famílias andando na praça num domingo em Kiev. Aí anda mais um pouquinho, vê os destroços dos tanques russos. É um conflito constante”, descreveu Huck.
O apresentador do Domingão ainda comparou a guerra na Ucrânia com a situação do Brasil. “Acho que a primeira sensação que eu tive foi quando eu comecei a andar na cidade. Dezenas de milhares de pessoas já morreram, crianças, jovens, mulheres. Me assustou um pouco e eu correlacionei com a violência urbana que a gente tem no Brasil”, disse.
“A quantidade de bala perdida, toda vez que a gente abre o jornal tem alguma coisa, alguém morreu em alguma comunidade, e a gente meio que normaliza isso, como se fosse parte do nosso cotidiano”, lamentou o marido de Angélica.
Apesar dos momentos difíceis, ele encarou a viagem para o país europeu como algo positivo e a conversa com Zelensky como produtiva. “Por mais medo que senti, por mais preocupação, eu acho que valeu a pena”, finalizou.
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