Os Estados do Acre e Rondônia devem compor um bloco sanitário independente livre de febre aftosa a partir de maio de 2025. O anúncio foi feito pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Jorge Viana, em reunião realizada na abertura da ExpoAcre 2024 com pecuaristas, empresários e autoridades no estande da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC).
Atualmente, o Brasil conta com 5 blocos sanitários, sendo três constituídos individualmente pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o Bloco 1 que é configurado pelo Acre, Rondônia, 4 cidades do Sul do Amazonas e 7 municípios de Mato Grosso e o Blocão que é constituído por mais 22 Estados e o Distrito Federal. A tendência, sem a intervenção de Viana, era que os integrantes do Bloco 1 entrassem no Blocão já a partir de 2024.
Os pecuaristas do Acre haviam levantado questão sobre a reconfiguração dos blocos que o Ministério de Agricultura e Pecuária apresentaria a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) e junto ao Ministro Carlos Fávaro e o presidente Lula, o presidente da Apex conseguiu garantias que a partir de maior de 2025, o Acre e Rondônia terão um bloco independente, onde as cidades do AM e MT serão redirecionadas para o Blocão.
“As mudança dos blocos, de polos ou distritos sanitários no Brasil poderia implicar o risco do Acre ficar num bloco grande de estados, e quando o bloco é grande, com vários estados, e tiver o problema sanitário de aftosa, por exemplo, num deles, todos ficam, de alguma maneira, com problema, e isso seria muito ruim, e nós fomos trabalhar para que nós ficássemos junto com o Acre e a Rondônia, porque são dois estados que se livraram da febre aftosa, no meu governo. Inclusive, quando eu assumi, a aftosa era risco desconhecido no Acre, que é a pior da situação. Trabalhei intensamente, criamos o IDAF, fizemos planejamento, a criação do IDAF, que é um instituto que trabalha toda essa parte, que é fundamental para a gente ter segurança de saúde e também para as exportações, lá atrás, há mais de 20 anos, e nós trabalhamos muito para livrar o Acre de aftosa, e eu fui receber em Paris, com um pecuarista na época, antes de terminar meu governo, o certificado do Acre livre de aftosa com vacinação”, disse ressaltando ainda que foi graças ao empenho também dos produtores que o Acre ficou livre de aftosa com vacinação e passados 16 anos, o Estado também alcançou, agora no atual governo, uma zona livre de aftosa sem vacinação, “o que é uma conquista de todos”.
Viana ainda defendeu o fortalecimento do Instituto de Defesa Agropecuária do Acre. “O IDAF tem que ser reforçado sempre. Para que não haja risco para os produtos que a gente quer exportar para o mundo inteiro. O nosso plano é chegar a um bilhão de reais de exportações já, quem sabe ano que vem, ou no outro ano, e para isso nós precisamos muito que o Acre seja um distrito sanitário que não tenha conexão com outros estados para que a gente, fazendo o nosso dever de casa, a gente não tenha risco de pagar a conta ou ter prejuízo por conta de problemas sanitários em outros estados. Basicamente isso. E eu levei essa demanda, trabalhei com o Ministério da Agricultura e Pecuária, falei com o Ministro Fávaro, falei com os dirigentes e nós conseguimos reverter essa tendência e eu posso afirmar que o Acre vai seguir sendo um distrito, vai ser um distrito independente e com isso fica muito bom para os produtores, para a pecuária daqui e principalmente para quem trabalha com exportação”, frisou.