O Brasil se manteve na terceira posição do ranking das Paralimpíadas de Paris-2024 com os ouros conquistados neste sábado (31) por Carol Santiago e Gabrielzinho, na natação, e Fernanda Yara da Silva, no atletismo.
O país chegou a 23 medalhas (oito ouros, três pratas e 12 bronzes), atrás apenas da China, que tem 42, e da Grã-Bretanha, com 25. A meta do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) é superar as 72 medalhas obtidas em Tóquio e permanecer, pelo menos, no top 10 até o fim das competições.
O primeiro ouro do dia veio com a vitória de Carol Santiago, 39, na prova dos 100 m costas na classe feminina S12, em que competem atletas com deficiência visual pequena.
Carol nasceu com síndrome de Morning Glory, uma condição congênita na retina que limita seu campo de visão. Ela praticou natação convencional até o final de 2018, quando passou a competir no esporte paralímpico.
Com a medalha, a sexta da sua carreira, a atleta pernambucana se igualou a Ádria Santos, do atletismo, como a mulher brasileira com mais visitas ao topo do pódio em Paralimpíadas —cada uma tem quatro ouros.
“Eu não tinha isso como meta, mas fico muito feliz. Ela [Ádria] é uma grande atleta, e poder fazer parte dos maiores atletas do Brasil é grandioso, é história para o nosso país”, afirmou.
Também na natação, Gabriel Araújo, 22, conquistou seu segundo ouro em Paris, desta vez na disputa dos 50 m costas na categoria S2, destinada a atletas com deficiências severas —na quinta-feira (29), ele havia vencido nos 100 m costas. O nadador mineiro repetiu, na prova deste sábado, o resultado obtido em Tóquio, em 2021.
“Eu falei que ia amassar e amassei, acabei com a prova. Estou muito feliz, nadei muito bem, muito bem é pouco, nadei demais”, comemorou Gabrielzinho.
Wendell Belarmino, 26, garantiu a terceira medalha do dia do país na natação, a prata na prova de 50 m livre na categoria S11 (para nadadores com visão muito baixa ou ausência de visão), dividida com o chinês Hua Dongdong.
No atletismo, Fernanda Yara da Silva, 38, venceu o ouro nos 400 m rasos na classe T47 (deficiência nos membros superiores). Em uma prova extremamente equilibrada, ela precisou esperar a fotografia para confirmar sua vitória sobre a venezuelana Lisbeli Vera.
“Foi apertado, né? Ela me apertou, mas eu fiz uma corrida bem consciente. Na hora de atacar, ela atacou, eu tinha reação e fui para cima. Então ganhou quem tinha mais força no final”, afirmou a paraense. “Eu vi que ela estava no meu calcanhar, acelerei até a chegada. Fiquei na dúvida se tinha ganhado, pedi a Deus, e Deus me deu a vitória. Agradeci muito a Deus por isso.”
Competindo na mesma prova, Maria Clara Augusto, 20, ficou com o bronze. Como Fernanda, ela tem má-formação no cotovelo esquerdo.
Já Thalita Simplício da Silva, 27, conquistou sua quarta medalha de prata paralímpica. Ela foi a segunda colocada nos 400 m rasos na categoria T11 (deficiência visual). A potiguar nasceu com glaucoma e ficou totalmente cega aos 12 anos de idade.
Cícero Nobre, 32, levou o bronze no lançamento de dardo na categoria F57, para atletas que competem sentados, repetindo o desempenho em Tóquio-2020, mesma posição no pódio de Joeferson Marinho, 25, bronze nos 100 m na classe T12 (deficiência visual).
O tênis de mesa também assegurou ao Brasil outras duas medalhas de bronze neste sábado, com os resultados de Bruna Alexandre e Danielle Rauen nas duplas femininas, classe WD 20, e Luiz Filipe Manara e Claudio Massad nas duplas masculinas, classe MD18.
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