Menos de seis meses após enfrentar uma das maiores enchentes da história, a cidade de Brasileia, localizada no interior do Acre, agora vive um drama oposto: uma seca severa que ameaça o abastecimento de água e a produção agrícola local. O nível do rio Acre, que passa pela cidade, atingiu níveis críticos, com medições da Defesa Civil mostrando uma profundidade de apenas 73 centímetros nesta terça-feira (28).
Em março deste ano, a situação era radicalmente diferente. Brasileia estava submersa em águas após uma enchente histórica, que atingiu 12 dos 14 bairros da cidade. A tragédia deixou mais de 15 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas e isolou mais de 600 famílias na zona rural.
Agora, Brasileia enfrenta um desafio diferente, mas igualmente devastador. A falta de chuvas há mais de 50 dias fez com que o nível do rio Acre atingisse recordes negativos. A medição do último domingo, 25, registrou apenas 69 centímetros, a menor profundidade já registrada desde o início das medições da Defesa Civil na região.
A situação crítica está colocando em risco o abastecimento de água e comprometendo gravemente a produção agrícola. Segundo estimativas da Secretaria Municipal de Agricultura de Brasileia, a seca já causou uma perda de cerca de 30% da produção rural no município. Culturas como milho, açaí e frutas cítricas estão entre as mais afetadas, com alguns produtores relatando perdas de até um hectare de milho.
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