Um incêndio no lixão que atende tanto Brasileia quanto Epitaciolândia está gerando sérios transtornos para os moradores da região. As chamas, que já se prolongam por cerca de 20 dias, têm causado insatisfação devido ao agravamento de doenças respiratórias, gerando reclamações contra os gestores dos municípios.
A prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem, em entrevista ao ac24horas na tarde desta terça-feira (27) explicou a situação envolvendo os incêndios no local e a responsabilidade compartilhada pelos dois municípios na manutenção do aterro sanitário.
“Estamos lidando com um problema que já dura aproximadamente 20 dias. Fizemos intervenções para controlar os incêndios, mas o vento faz com que reacenda o fogo. Além disso, há moradores das redondezas que se aproveitam do aterro sanitário para fazer queimadas e, muitas vezes, colocam a culpa no lixão,”, afirmou Fernanda Hassem.
A prefeita esclareceu que, de acordo com a legislação, cada município deveria cuidar de seus próprios resíduos. No entanto, um acordo anterior, feito entre os ex-prefeitos André Hassem, de Epitaciolândia, e Everaldo Gomes, de Brasileia, junto ao Ministério Público do Acre (MPAC), estabeleceu que Epitaciolândia poderia utilizar o lixão de Brasiléia até que construísse o seu próprio aterro. “Esse acordo previa uma vigilância 24 horas, três vigias de Brasileia e três de Epitaciolândia, um fiscal de ambos os municípios e o envolvimento dos dois gestores de meio ambiente. Na prática também teve a manutenção do espaço, mas despesas maiores ficaram por conta de Brasileia,” destacou a prefeita.
Fernanda Hassem apontou que a manutenção do local tem sido problemática nos últimos meses por parte do município vizinho. “Epitaciolândia devia deixar um trator em funcionamento no lixão por 24h para ajudar no processo de controle e aterramento do lixo. No entanto, nos últimos meses, não tem acontecido isso e o trator tem passado a maior parte do tempo quebrado, o que impede o controle adequado dos resíduos e contribui para a situação atual.”, relatou.
A prefeita também mencionou a presença de pessoas nas proximidades do lixão, muitas vezes agindo de má-fé. “Há relatos de indígenas entrando no lixão para recolher materiais para venda. Algumas dessas pessoas ateiam fogo ao lixo para marcar território, mas não temos imagens para comprovar esses atos. O que sabemos é que quando nossos vigilantes chegam, essas pessoas fogem,” explicou.
Hassem enfatizou que, apesar das dificuldades, os incêndios estão sob controle após uma força-tarefa realizada em conjunto com o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil e outras equipes de resposta rápida. “Hoje, a situação está controlada. Trabalhamos intensamente para apagar o fogo e contamos com o apoio de um caminhão pipa de Epitaciolândia para auxiliar no resfriamento do local,” disse ela.
Ao final, a gestora destacou a necessidade de Epitaciolândia cumprir com suas responsabilidades. “O acordo feito com o Ministério Público deve ser respeitado. Infelizmente, estamos há quase 20 dias sem o trator de Epitaciolândia no lixão. Fechamos o lixão para entulhos grandes de Epitaciolândia, mantendo apenas o lixo doméstico. Não estou aqui para politizar nada e nem ninguém, estou apenas para me defender e garantir que os acordos sejam cumpridos,” finalizou.
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