O dólar à vista chegou a oscilar abaixo dos R$ 5,40 nesta segunda-feira (19), para encerrar o dia pouco acima deste patamar, com queda próxima de 1%, acompanhando o recuo quase generalizado da moeda norte-americana no exterior.
A perda de valor da moeda norte-americana se intensificou com investidores avaliando os dados mais recentes dos EUA, que apontam para a proximidade do início de corte de juros pelo Federal Reserve (banco central americano). O movimento era acompanhado pela busca de ativos de maior risco nos mercados globais, como ações e moedas de países emergentes.
“A ideia de que os EUA estão desacelerando, mas de maneira suave, com inflação convergindo, cria este cenário muito propício para os mercados. É o famoso ‘soft landing’ (pouco suave)”, disse o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar comercial fechou em queda de 1,03%, a R$ 5,4108 na compra e a R$ 5,4114 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) caía 1,19%, a 5.420 pontos.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,31%, cotado a R$ 5,4673. Em agosto a divisa acumula queda de 4,29%.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,4108
Venda: R$ 5,4114
Dólar turismo
Compra: R$ 5,4285
Venda: R$ 5,6085
O que aconteceu com o dólar hoje?
A moeda norte-americana se firmou em baixa logo no início da sessão, em sintonia com o recuo firme do dólar ante outras divisas no exterior, com investidores otimistas quanto ao início do ciclo de cortes de juros nos EUA em setembro.
No Brasil, a curva de juros também seguiu precificando alta da taxa básica Selic em setembro. “O mercado espera aumento do diferencial de juros entre o Brasil (alta da Selic) e EUA (queda do Fed Fund)”, resumiu pela manhã o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes.
Neste cenário, o dólar à vista oscilou entre uma máxima de R$ 5,4733 (+0,11%) às 9h27, ainda na primeira meia hora de negócios, e uma mínima de R$ 5,3768 (-1,66%) às 15h03.
Ainda que a moeda norte-americana não tenha se sustentado abaixo dos R$ 5,40 até o fechamento, um especialista ouvido pela Reuters chamou atenção para o fato de, nas últimas semanas, as cotações terem despencado após os picos do ano.
Em 5 de agosto, o dólar fechou perto dos R$ 5,75 reais, em meio aos receios de recessão nos EUA, às liquidações globais de operações de carry trade com o iene e ao temor de escalada do conflito no Oriente Médio, entre outros fatores. Desde então a moeda já cedeu cerca de 35 centavos ante o real, em paralelo à melhora do cenário no exterior.
Analistas ouvidos pela Reuters nos últimos dias têm pontuado que, sem notícias novas de impacto, o dólar tende a ter dificuldades para sair da faixa entre R$ 5,40 e R$ 5,50.
É por isso que as atenções estarão voltadas para a próxima sexta-feira (23), quando o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, falará no simpósio de Jackson Hole.
Investidores estarão em busca de pistas sobre o tamanho do corte de juros nos EUA em setembro (25 pontos-base ou 50 pontos-base) e sobre o ritmo da política monetária nos encontros seguintes do Fed. Antes disso, na quarta-feira (21), o Fed divulgará a ata de seu último encontro.
No fim da tarde desta segunda-feira, o dólar seguia em queda ante a maior parte das divisas emergentes, refletindo o maior apetite dos investidores por ativos de risco, e cedia ante as moedas fortes.
Às 17h03 o índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,58%, a 101,870 pontos.
(com Reuters)
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