Como determina a lei, os quatro candidatos à Prefeitura de Rio Branco apresentaram à Justiça Eleitoral os planos de governo com que pretendem administrar a Capital pelos próximos quatro anos. O primeiro a cumprir a regra foi o candidato do partido Novo, Emerson Jarude. Os demais, praticamente, deixaram para o último prazo.
Marcus Alexandre (MDB) e Tião Bocalom (PL), que lideram ou empatam pesquisas eleitorais, tinham receio de que um “copiasse” propostas do outro. E Jenilson Leite (PSB) talvez tenha deixado para os últimos momentos pelo contexto político pelo qual passou. A simplicidade do plano socialista teve uma justificativa divulgada em declaração na imprensa local: “Sem propostas mirabolantes”, teria dito o candidato do PSB.
Cada plano tem um jeito próprio. Há elementos comuns, fundamentados em conceitos da Administração Pública, como eixos temáticos, diretrizes ações estruturantes. Cada candidato valoriza uma ou outra coisa. Não são plano iguais. O que é um “eixo temático” para um candidato pode ser uma “ação estruturante” para o outro e assim por diante. E essas diferenças conceituais acabam refletindo a concepção que cada um tem sobre a qualidade da intervenção pública na rotina da cidade.
Há, evidentemente, propostas semelhantes para solução de problemas de um lugar comum aos quatro candidatos. Por exemplo: Jarude quer quatro estações de tratamento de água na cidade. E Bocalom ataca com a entrega de três mil obras em 2025 e a construção de 2.128 unidades habitacionais.
O ac24horas inicia uma breve introdução de cada plano de governo e apresenta a íntegra dos documentos que foram entregues à Justiça Eleitoral para que o leitor faça as próprias ponderações e inicie a avaliação dos candidatos antes de votar.
Já na abertura do plano de governo do candidato do MDB, um detalhe. Entre os “colaboradores”, a lista é encabeçada por “Moradores de Rio Branco” e “Movimento Comunitário”. É o bocado de participação popular resultado das Rodas Democráticas, promovidas pela Fundação Ulysses Guimarães em todas as regionais da cidade. Somam-se a estes, os professores universitários, cientistas, entidades de classe, órgãos públicos, associações, sindicatos, federações e dirigentes partidários.
Há três diretrizes: a primeira é a retomada de programas que foram descontinuados (caso seja vencedor, Marcus assume pela terceira vez a Prefeitura de Rio Branco). A segunda diretriz é o melhoramento de indicadores de programas nas áreas de Saúde, Educação e Cidadania. A terceira diretriz guarda relação com a inovação da gestão pública.
Coordenado pelo secretário de Estado de Planejamento, Ricardo Brandão; pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Tecnologia e Inovação de Rio Branco, Ezequiel Bino; pelo assessor jurídico Jorge Eduardo Bezerra de Souza Sobrinho e pelo escritor e criador da Acadêmia Juvenil Acreana de Letras, Jackson Viana, o plano de governo de Bocalom é o mais volumoso dos quatro.
A “supervisão” é assinada pelo candidato a vice, Alysson Bestene, e tem participação de praticamente toda equipe do primeiro escalão da Prefeitura de Rio Branco.
Tião Bocalom apresenta um plano com nove eixos temáticos:
Saúde e Bem-estar (Saneamento Básico);
Desenvolvimento Econômico e Produção Rural;
Habitação e Defesa Social;
Infraestrutura, Mobilidade Urbana e Transporte Público;
Educação Plena;
Cultura, Esporte e Lazer;
Meio Ambiente;
Cidadania, Assistência e Inclusão Social;
Gestão Pública moderna, integrada e eficiente.
Entre outras propostas, o candidato à reeleição quer criar uma super secretaria que acumule ações da Família, Mulher e Juventude. Além disso, o candidato promete entregar três mil obras em 2025 e também construir 2.128 unidades habitacionais. Ele quer executar o Projeto Buraco Zero e instituir o Programa Água 24 horas.
Há também propostas na área de Educação, como o Programa Aluno Nota 10, cuja premiação é possibilitar ao aluno conhecer a NASA e a Disney.
Bocalom também promete três mil vagas em berçários, pré-escola, anos iniciais (1º ao 5º ano), EJA e educação em tempo integral.
Em cada eixo temático, há ações estruturantes como por exemplo: criar a UPA Infantil (Upai). Na Educação, quer criar bibliotecas municipais e que erradicar a evasão escolar por meio do Programa Busca Ativa Escolar. São dezenas de propostas para cada eixo.
O plano de governo de Emerson Jarude (Novo) está dividido em seis eixos temáticos:
Infraestrutura e Serviços Públicos (obras e Serviços Públicos, Transporte e Trânsito, Planejamento Urbano e Habitação, Saneamento Básico);
Gestão Pública eficiente e Transparente (Transparência e Gestão Pública, Tecnologia e Inovação);
Desenvolvimento Econômico Sustentável (Emprego e renda, Empreendedorismo, Turismo, Meio Ambiente);
Bem-estar social e Qualidade de Vida (Educação, Saúde, Assistência Social, Direitos Humanos, Juventude, Melhor Idade, Causa Animal);
Cultura, Esporte e Lazer;
Segurança Pública e Defesa Civil.
No eixo Infraestrutura e Serviços Públicos, um dos destaques é que as solicitações do cidadão para o Executivo poderão ser feitas por meio de um aplicativo. Essa proposta anula uma dos mecanismos muito utilizados pelos vereadores para servir de mediador junto à prefeitura.
Esse aplicativo, na prática, funciona como um “vereador virtual”, em que a solicitação do asfaltamento de uma rua ou fornecimento de calcário a uma comunidade rural não precisa mais do “meio de campo” manejado pelos parlamentares.
Em cada sub-divisão dos eixos, há dezenas de propostas a serem apresentadas ao eleitor e que passarão a serem defendidas nos programas eleitorais.