Enfim, a campanha eleitoral. Formalmente, agora já é possível olhar no olho do eleitor e pedir voto. Nas redes sociais, também já está liberada. O que não está liberada ainda é a propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Começa dia 30 de agosto e segue até 3 de outubro. Para os municípios onde houver segundo turno, a propaganda no rádio e na televisão acontece de 11 a 25 de outubro. São datas mais ou menos corriqueiras no calendário eleitoral.
Mas um pleito tem muitas outras complexidades. O ato de votar é apenas uma delas. O brasileiro, de uma forma geral, e o acreano em particular ainda não amadureceu para a ideia da eleição como um processo de construção cidadã. Há relação direta entre voto e cidadania, mas esta relação não se esgota em si. A cidadania é um exercício em que o voto faz parte de uma cena muito mais ampla. E as eleições deste ano parece que vieram no tempo certo para colocar a maturidade das instituições brasileiras em xeque.
Até agora, o que se viu em outros cantos do Brasil foram exemplos de intolerância e violência, algumas explícitas. Em Teresina, por exemplo, durante um debate em um programa de tevê, um dos candidatos agrediu o outro com uma cabeçada no rosto.
Em São Paulo, o grotesco conquista eleitores com as agressões do candidato do PRTB, Pablo Marçal, “lacrando” nas redes sociais e deseducando o eleitor por onde passa, em um espetácuo em que a “grande mídia” parece normalizar a postura: sem querer correr riscos de ser questionada sobre “liberdade de expressão”, as grandes emissoras de tevê e rádio vão permitindo que a intolerância conquiste terreno ao vivo e em horário nobre.
Comparado a outros estados, o Acre parece estar em um nível muito mais civilizado. Um engenheiro, um professor de Matemática, um médico e um advogado. O diploma, neste caso, importa pouco porque civilidade e bom senso não dependem de diplomação. Mas o fato é que, até agora, os quatro candidatos à Prefeitura de Rio Branco demonstraram respeito com o eleitor e consigo mesmos.
Claro que ser cordado, equilibrado não quer dizer, obrigatoriamente, menos crítico. As entrevistas que já foram concedidas na imprensa local demonstram isso. Ponderações duras, críticas pontuadas e dirigidas já fizeram parte da cena eleitoral na disputa pela Prefeitura de Rio Branco. Mas não houve desrespeito. Houve críticas. Os candidatos precisam continuar com essa postura. Ela qualifica o debate público, na medida em que, em um cenário em que a violência se sobrepõe, a possibilidade de alguém apresentar propostas para resolver problemas práticos da cidade diminui. Em uma equação: quanto mais violência e agressão, menos propostas. É um cenário em que todos perdem.
As instituições precisam estar vigilantes. O Ministério Público Eleitoral já atuou, inclusive: apresentou denúncia à Justiça, que aceitou a argumentação de que um dos candidatos estava utilizando a estrutura pública para ganhar dividendos eleitoriais. A ordem foi obedecida e o jogo segue. É assim. Simples assim.
É claro que sempre a prática da velha política insiste. A menos de 50 dias do pleito, o prefeito de Marechal Thaumaturgo, município isolado na região do Vale do Rio Juruá, anunciou compra de 400 dentaduras. Não houve comprovação direta de “compra de voto”. Mas o histórico alimenta a desconfiança.
Em relação à compra de voto, eis uma polêmica difícil de conduzir. A relação entre corrupto e corruptor é complexa. Há quem diga (com boa dose de razão) que na compra de votos a relação se estabelece entre corruptos. E ponto.
O site ac24horas integra uma das importantes instituições do processo: a imprensa. Discutir a qualidade do debate público durante as eleições é, em boa medida, também tratar da qualidade do trabalho jornalístico. Os votos é para que todos tenham equilíbrio, respeito, bom senso e forneçam ao eleitor os fundamentos para que se tome uma decisão com o máximo de consciência possível. No Acre, por enquanto, o processo parece ter iniciado bem. É vigiar para que o nível não caia.
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