Acostumados com as longas caravanas rumo ao SBT, alguns fiéis fãs de Silvio Santos deixaram de lado o que tinham para fazer e foram neste sábado (17) para a porta do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul da capital, para prestar suas últimas homenagens ao apresentador.
De gravata com estampa de dinheiro, terno vermelho e as mãos posicionadas em formato de concha, o locutor e humorista Sebastião Filho, de 53 anos, contou que o look para este momento estava separado desde julho, “com todo respeito”.
“Quis representar a alegria de Silvio, da TV e da comunicação. É um gênio, não vai nascer outro igual”, contou.
Revelou que rodou São Paulo para encontrar uma gravata assim. “Representa o dinheiro que ele jogava”, disse, enquanto tentava uma imitação de Silvio. “Hi hi, quem quer dinheiro?”.
Caravanista há 15 anos nos programas de Silvio Santos, Anadethy dos Santos, de 59 anos, estava muito emocionada.
Chorando, ela disse palavras de gratidão ao ícone: “Ele era um cara espetacular. Só posso falar uma coisa: muito obrigada, Silvio. Muito obrigada por ter feito parte das nossas vidas. Como caravanista, que foi uma honra participar dos programas Silvio Santos. Aqui fica a minha gratidão eterna por esse apresentador”.
Ao longo de sua trajetória, conseguiu colecionar R$ 5 mil em aviõezinhos jogados pelo apresentador. Na bolsa dela, uma nota de R$ 50 marcada com a data de quando ganhou: 3 de maio de 2007.
“Ganhei da mão dele. Quando eu não participava, tocava com as meninas para ter a lembrança. Nunca usei o dinheiro. Está guardado num quadro, um lugar bem especial”.
Moradora do Jardim Lucélia, na Zona Sul de São Paulo, dona Hilda Maria de Jesus não costuma ir a velórios nem de familiares, mas contou que não poderia deixar de prestar uma homenagem ao apresentador.
“Devo a vida a Silvio Santos. Ele nos ajudou muito, já fui até na Porta da Esperança. Tudo do Silvio eu conheço desde quando eu tenho 14 anos”.
A senhora de 77 anos carregava um cartaz com a frase “Chorar não posso”. “Se eu chorar, perco a coragem. E ele nos deixou a coragem, ele não queria ver ninguém chorando, eu também não consegui chorar. Só agora”, explicou.
“Ele foi nosso professor, de tudo, a gente não sabia que estava aprendendo com ele. Então, Deus, Deus, Silvio Santos vem aí. Ele é tudo pra nós. Receba, Deus, o nosso querido professor da TV”
Outra “colega de auditório” de Silvio Santos, Odete Noronha, de 66 anos, foi a primeira fã a chegar no hospital. Estava indo passear quando soube da morte do apresentador e não teve dúvidas ao mudar os planos.
Em 2016, ela tirou a sorte grande. Estava na plateia de Silvio quando um dos aviõezinhos de dinheiro caiu em seu colo. Desde então, a nota de R$ 20 não saiu mais de sua bolsa.
“Tirando minha família, é minha joia mais preferida, como se fosse um filho. Não troco nem por uma casa”, disse, ao g1.
Incrédula por ser uma das poucas fãs no hospital, também ficou chateada por não poder entrar para se despedir do apresentador: “Era como um pai. Estou muito triste. Quem não está triste agora?”, questionou.
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