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Ideb de Rio Branco piora em relação ao período pré-pandemia

Criador: Johnstocker
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Nesta quinta-feira (15), às 9 horas da manhã, no auditório da Secretaria de Educação de Rio Branco, a professora Nabiha Bestene e a assessoria da Seme irão conceder uma entrevista coletiva. O assunto é, segundo material de divulgação da prefeitura, “para falar do excelente resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica 2023”.


Já se sabe até qual será a relação que a atual equipe da Seme fará. A comparação será direta entre o desempenho dos alunos dos Anos Iniciais (1º ao 5º ano) em 2023, comparado ao desempenho em 2021. No espelho da Seme, a luz da “excelência” está refletiva no número de 2021 (5,7), comparado ao desempenho de 2023 (6,4): o crescimento de 0,7 ponto justifica um estardalhaço midiático que não encontra eco nas salas de aula.

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A Seme deverá apresentar outra abordagem para ofuscar a essência do debate: o de que Rio Branco tem um dos melhores desempenhos entre as capitais. É possível que a secretaria desça a esse patamar. Os técnicos da Seme irão tentar convencer o cidadão de que Rio Branco tem uma educação melhor do que Porto Alegre (4,7); Porto Velho (5,3), Boa Vista (5,7), Florianópolis (5,8), São Paulo (5,6) e Aracaju (5,2). Nessa tabela, que possivelmente a Seme apresentará, Rio Branco empata com Teresina no desempenho do Ideb 2023 e está abaixo somente de Goiânia (6,5). No mais, reina absoluta. Já é possível antecipar as manchetes em alguns sites locais: “Rio Branco tem segundo melhor Ideb entre as capitais”; “Rio Branco é segunda melhor no IDEB entre capitais”.


É preciso lembrar: não é de hoje que Rio Branco é uma das capitais com desempenho de destaque na Educação. Desde a gestão do professor Angelim, os primeiros lugares eram ocupados pelo bê-a-bá rio-branquense. Basta pegar a extensa tabela Excel do Ministério da Educação. Rio Branco já vem apresentando trabalho consistente há tempos.


É preciso também dizer de forma direta: o Ideb de Rio Branco de 2023 não superou o de 2019 (6,7), o ano que, efetivamente, deve servir de referência para comparar desempenhos. O argumento de educadores que estudam o assunto é que 2019 é o ano limite de avaliação que antecede ao período de pandemia.


O Ideb de 2023 precisa ser comparado com o de 2019 porque os alunos, educadores e gestores estavam submetidos às mesmas condições. Essa referência sendo estabelecida, o índice do ano passado está abaixo do que o registrado há cinco anos. Não houve avanços. Ao contrário.


E há um agravante: ano que vem, o sistema irá submeter ao exame de avaliação os “alunos da pandemia”: são crianças que, em 2019, estavam ingressando nos Anos Iniciais. Será um Ideb interessante para se observar.


Ideb precisa ser blindado da contaminação eleitoral


Qual o debate que deveria estar sendo conduzido? O que os técnicos da Seme, pesquisadores da Ufac e professores estão discutindo guarda relação com os fatores causais do desempenho de Rio Branco? O que o Município de Rio Branco tem feito para apresentar nota menor da registrada em 2019 (que avaliou a apreensão de conteúdo dos alunos no período pré-pandemia)?


Distribuiu tablets. Foi isso? A impressão que se teve é que os gestores realmente estavam acreditando que inovaram ao apresentar os equipamentos aos alunos. Ainda não se percebeu com nitidez que a inovação não está em ferramenta tecnológica. A principal tecnologia é o professor. O investimento prioritário deve ser nele. E não se está falando exclusivamente da questão salarial.


O que foi feito na atual gestão para aperfeiçoar, para aprimorar, para ajustar a política de Educação que vinha dando resultados positivos? Como é possível avançar na Educação Básica, na Capital, para além do patamar pré-pandemia nos Anos Iniciais?


Caso alguém decida comparar o desempenho com as escolas privadas, vai perceber que, em 2019, estava-se caminhando, nas escolas públicas, para se aproximar ao desempenho registrado nas escolas particulares, cuja média é de 7,1. Há cinco anos, Rio Branco alcançou 6,7 nas escolas do Município.


Há casos em que escolas públicas de Rio Branco têm notas melhores que as do ensino privado. A Seme tem conhecimento e ferramentas de controle que já demonstraram eficácia. Sabe-se o que deve ser feito. Mas há fatores que estão impedindo avanços. É preciso identificá-los e é preciso reagir.


8 municípios melhoraram Ideb comparados a 2019


A Secretaria de Estado de Educação precisa acender um sinal de alerta urgente. Os dados divulgados mostram que 14 municípios do Acre (incluindo a Capital) não melhoraram a nota do Ideb, comparados ao período pré-pandemia.

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Outro ponto que a SEE precisa atentar: o Ideb de Rio Branco é o maior do Estado. É também exatamente o dobro da nota do município de Santa Rosa do Purus: 3,2. Esses desequilíbrios a Secretaria de Estado de Educação não pode se permitir.


Apenas oito municípios do Acre melhoraram o Ideb, comparado ao período pré-pandemia. São eles:



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