O escritor e jornalista Márcio Souza, um dos principais nomes da literatura amazonense, morreu, aos 78 anos, na madrugada desta segunda-feira, 12, em Manaus. O trabalho mais conhecido do autor é Mad Maria, livro que inspirou a minissérie homônima de Benedito Ruy Barbosa exibida na TV Globo em 2005.
A editora amazonense Valer, que publicou obras de Souza, confirmou e lamentou a morte. Segundo informado pela família, ele passou mal já na noite de domingo e foi encaminhado a um Serviço de Pronto Atendimento em Manaus. Sofreu uma crise diabética e teve uma parada respiratória antes de morrer.
“É uma notícia que nos pegou desprevenidos, porque sempre esperávamos mais obras de Márcio e, também, de desfrutar da sua companhia, dado que ele era um dos maiores conhecedores das Amazônias e um dos nossos maiores intelectuais, um grande conhecedor da literatura, do teatro e do cinema. Nós lamentamos profundamente a morte de Márcio Souza”, disse Neiza Teixeira, coordenadora editorial da Valer, em publicação no blog da editora.
Nascido na capital amazonense em 1946, Souza foi, além de romancista e jornalista, ensaísta, contista, dramaturgo, cineasta e diretor de teatro e ópera. Formou-se em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo (USP), colaborou com diversos veículos de imprensa ao longa da vida e foi professor assistente da Universidade de Berkeley e escritor residente nas universidades de Stanford, Austin e Dartmouth, todas nos Estados Unidos.
Membro da Academia Amazonense de Letras, ele escreveu História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI, descrito como o “livro definitivo sobre a história da Amazônia do período pré-colombiano aos dias atuais, por um dos autores que melhor interpretou a região”. Também é autor de A caligrafia de Deus, Galvez, o imperador do Acre e A paixão de Ajuricaba, entre outros.
O governo do Amazonas também lamentou a morte e declarou luto oficial de três dias. “O governador Wilson Lima se solidariza à família e amigos do escritor e ressalta a importância do Amazonas e da Amazônia para o mundo com imenso e singular brilhantismo”, diz nota.
Segundo a editora Valer, o velório do escritor será no Palácio Rio Negro, no centro de Manaus, a partir das 16h. O enterro será realizado na terça-feira, dia 13 de agosto, às 15h, no Cemitério S. João Batista.
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