Enquanto a esquerda se vira nos trinta para esconder o desastre econômico que está produzindo, com déficit estratosférico, prejuízos enormes nas estatais, gastança desmesurada, mortes de indígenas, epidemia de dengue, abandono dos gaúchos, aumento de queimadas, inflação no limite superior da meta, juros elevados, dólar nas alturas, combustíveis idem, Bolsonaro percorre o país de norte a sul e de leste a oeste, apontando as agruras que nos aguardam e defendendo uma pauta conservadora e liberal. Multidões o seguem em todo lugar aonde vai, numa demonstração de que ele não foi abandonado pelo povo. Seu apoio nas próximas eleições tem sido decisivo para a formação de chapas competitivas em muitos lugares.
Cabe aqui uma reflexão. O apoio de Bolsonaro elege um candidato a prefeito? Não, se considerado isoladamente, apostar nisso seria dizer que qualquer um pode ganhar mesmo sem constituir uma personalidade política de expressão local. O apoio de Bolsonaro é decisivo? Depende. Sendo por si mesmo competitivo, contar com a sinalização de um líder com a dimensão do ex-presidente certamente poderá somar os votos necessários à vitória do candidato. Negar isso é tapar os olhos para a polarização do debate político no Brasil.
Assim como o apoio do Bolsonaro pode influir positivamente em determinada candidatura, o apoio de Lula em várias capitais, inclusive em Rio Branco, parece ser deletério. Tanto que os candidatos lulopetistas andam escondendo o passado e o presente, e guardando suas bandeiras vermelhas no fundo do baú. É mesmo estranho que o lulopetismo tão generoso em distribuir benesses para os amigos – os figurões esquerdistas estão todos aboletados em altos cargos no governo federal independentemente da competência, não apareça na propaganda dos seus candidatos. Ou essa gente é muito mal agradecida ou tem vergonha de serem o que são, esquecendo momentaneamente até as pautas que defendem há décadas.
Em São Paulo, por exemplo, depois que foi acusado por Pablo Marçal de consumo de cocaína, Boulos, o candidato do lulopetismo, deu um salto carpado de 180 graus e declarou-se contrário à liberação das drogas. Oxente! Passou a vida sendo a favor e, repentinamente, muda de lado? É hipocrisia que chama, né? O que não falta é lulopetista se fazendo de moderado e, às vezes, até de conservador. Alguns chegaram ao ponto de mudar de sigla de tão tóxico que anda o PT do Lula da Silva. Ou seja, se tem um fator positivo no apoio de Bolsonaro, há um negativo no lulopetismo. Isto se pode ver claramente no comportamento dos candidatos. Enquanto a direita se exibe, a esquerda se esconde. Por que será?
Não é difícil responder. A esquerda se esconde numa falsa neutralidade e até em siglas alugadas para não debater a política, sua agenda perversa e levar a campanha para uma mesa de projetos, onde pode, talvez, na base das promessas e de adivinhações, enganar o eleitorado, o que denuncia a miséria eleitoral em que pretendem transformar a escolha do prefeito. Aliás, a insistência na defesa do paroquialismo é reveladora.
Infelizmente, os grandes jornais e sites de notícias estão cheios de gente disposta a trombetear a despolitização da sociedade. Por má-fé ou ignorância, praticamente enterram desde Platão a Fukuyama para servir a um projeto de poder do qual são diretamente beneficiários. Subjacentemente, promovem o debate de um lado só.
Seria interessante ver os nossos esquerdistas defendendo Nicolas Maduro e o roubo que está praticando nas eleições venezuelanas. Formalmente, o PT emitiu nota em defesa do ditador, Lula fez coro ao dar por normal o processo liderado por seu amigo e associado no Foro de São Paulo, entretanto, seus candidatos no Brasil inteiro fogem do tema de forma vergonhosa. Nenhum político que mereça respeito pode se negar a debater a democracia, seja em São Paulo ou no Jordão. Quem foge da política para o buraco da rua sempre deixa o rabo de fora e pode ser facilmente identificado, junto com sua covardia.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do Percival Puggina e outros sites. Quem desejar adquirir seu último livro de contos “Pronto, Contei!” pode fazê-lo diretamente com o autor.
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