Categories: Juruá Notícias

Rio Tejo chega a 12 centímetros de lâmina d’água em Marechal Thaumaturgo

Por
Sandra Assunção

A situação do Rio Tejo, um dos afluentes do Juruá, é alarmante. Em muitos pontos a lâmina de água é de 10 a 20 centímetros, pondo em risco a segurança alimentar e a mobilidade das pessoas que vivem ao longo do manancial, onde há a Terra Indígena Kuntanawa, a Vila Restauração e outras comunidades.


Haru Kuntanawa diz que da Terra indígena até Marechal Thaumaturgo, a viagem que era feita de 4 a 6 horas de barco, agora leva o dia inteiro, tempo que dobra se levar mercadoria.


“Antes a gente levava quatro, no máximo seis horas, agora é um dia inteiro para chegar em Marechal Thaumaturgo. E se vier com cargas, com coisa carregada, é bem dois dias para trazer até a nossa comunidade”.


O problema vai além da dificuldade de mobilidade e pode causar a fome na Terra Indígena. Devido ao baixo nível da água do Tejo, há escassez de peixes, de animais para caça por causa das queimadas e as plantações estão secando. Haru Kuntanawa descreve um cenário de caos e dá sugestões para reverter a situação.


“As plantações estão morrendo já, mesmo a gente regando. Os peixes já praticamente não há mais. A gente vai pescar e não pega nada porque o rio está todo verde de lodo, a água praticamente tá inútil, sem condição de utilizar. Tudo isso é em decorrência das queimadas e desmatamento. Não dá mais pra gente pensar na economia da Amazônia com as mesmas práticas do passado, a gente precisa pensar na economia com novas práticas. Temos que ter plantio das próprias árvores amazônicas, recuperar todos as nascentes, os igarapés, plantar palmeiras que são economicamente viável. Por exemplo, o açaí, o buriti, principalmente o buriti que é a planta das águas, de trazer as águas, plantar muito buriti para poder trazer de volta. Nós temos que suprir a necessidade de alimentos do povo, usar todos os conhecimentos dos povos indígenas, conhecimentos também da agricultura e a gente tem que trabalhar isso em todas as técnicas para poder salvar a Amazônia. Nós precisamos ter novas estratégias, valorizar os recursos da floresta, os povos da floresta, gerar renda para as famílias. Então é isso, está acontecendo uma grande destruição das florestas, ocasionado pela falta de consciência das pessoas, falta do serviço dos poderes públicos e da aplicabilidade das leis que existem de proteção da floresta”, pontuou Haru.


Ele alerta para a situação do Rio Tejo desde o início de junho, quando o manancial já estava com pouco volume de água. Para subir até a cabeceira do rio, teve que empurrar a embarcação várias vezes.


VEJA O VÍDEO:


Share
Por
Sandra Assunção

Últimas Notícias

  • Nacional
  • Notícias

Consumo da população influencia geração de empregos, diz ministro

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira (12), que a maior…

12/08/2024
  • Acre

Educação: Brasiléia é primeiro lugar na maratona do Selo Unicef no Acre

O Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA) é um grupo formado por meninas e meninos,…

12/08/2024
  • Acre 01

Sindicato convoca assembleia e Correios pode entrar em greve a partir de sexta (16) no Acre

O Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos do Acre (SINTECT/AC) publicou nesta…

12/08/2024
  • Acre 01

Marcus promete pavimentação e regularização fundiária no Mocinha Magalhães e Hélio Melo

Cumprindo agenda na Rua da Manga, no bairro Mocinha Magalhães, nesta segunda-feira, 12, o candidato…

12/08/2024
  • Nacional
  • Notícias

Ministério do Trabalho assina acordo pela aprendizagem de jovens

O Ministério do Trabalho e Emprego e a Fundação Roberto Marinho assinaram a Coalizão Aprendiz…

12/08/2024
  • Nacional
  • Notícias

Mais de 6,5 milhões de pequenos negócios tomaram empréstimo no 1º tri, aponta Sebrae

Nos três primeiros meses de 2024, 6,5 milhões de pequenos negócios tomaram empréstimo no Brasil.…

12/08/2024