Em postagem no Facebook, na tarde desta quarta-feira, 31, o palestino Montaserbelah Hamdi Hamdan Alshawwa, de 35 anos de idade, ou simplesmente Montaser, como é conhecido no Acre, onde vive há mais de nove anos, lamenta a morte de mais um familiar na Faixa de Gaza, em razão do conflito entre Israel o grupo terrorista Hamas.
Na publicação na rede social, Montaser presta condolências a si mesmo e a familiares, enquanto mostra uma foto de um jovem ao chão, que estaria sem vida. “Condolências a mim, à minha família e ao meu tio Abu Al Walid. E o meu querido primo Said Khaled Al-Shawa Martírio de seu filho, o jovem educado Khaled Saeed Khaled Al-Shawa”, diz.
Ao ac24horas, Montaser disse que o jovem é seu primo e tinha apenas 16 anos de idade. Ele foi morto durante um ataque a bomba ocorrido nesta quarta-feira. Em outra publicação, ele expressa o sentimento a respeito da situação que se arrasta em sua terra natal.
“Dez meses de guerra genocida, profunda tristeza e muita dor no peito. Hoje, a família se despede do primo, o menino mártir Khaled Al-shakes, num atentado bombista que teve como alvo o carro de um jornalista na rua por onde ele passava. Não há lugar seguro na Faixa de Gaza”, diz.
No fim do ano passado, quando conversou com a reportagem doac24horas sobre o conflito, o palestino contou que já contava quase 50 parentes mortos na guerra. Naquele momento, Montaser lutava para que o Itamaraty conseguisse inserir os nomes dos familiares mais próximos na lista para deixar a região rumo ao Brasil – o pai, a mãe, a cunhada e um sobrinho de quatro anos.
Em novembro do ano passado, o palestino foi à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), onde obteve o tempo de cinco minutos para se manifestar a respeito da sua angústia com a situação dos familiares na Faixa de Gaza, apesar de não ter tido a atenção que desejava. “Havia muita gente, mas quando eu subi, desceram”, reclamou.
Naquela ocasião, Montaser disse que apesar da pouca atenção recebida, conseguiu deixar a sua mensagem e registrou que a presidência da casa parlamentar havia lhe prestado muita ajuda na tentativa de conseguir, junto ao Itamaraty, trazer seus pais para perto dele, inclusive com o envio de um documento de caráter oficial à diplomacia brasileira.
Nos nove anos em que está no Acre, Montaser dominou a língua portuguesa ao ponto de não ter um sotaque pesado. Questionado sobre a sua facilidade com o idioma, ele disse que aprendeu “na tora”, demonstrando a afinidade com o “acreanês”. Ele é casado aqui no estado e tem uma filha acreana de seis anos de idade.
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