Pela primeira vez desde fevereiro houve redução do endividamento da população brasileira. A informação é resultado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O número de famílias que relataram ter dívidas a vencer diminuiu 0,3 ponto percentual (p.p.) em julho na comparação com o mês anterior. Com isso, o percentual chegou a 78,5%.
Apesar da queda, o dado está acima do registrado em julho do ano passado. Na época, o endividamento era de 78,1%.
Segundo a CNC, o resultado demonstra mais cautela das famílias brasileiras, tendo em vista que o indicador registrou estabilidade no mês anterior.
A pesquisa aponta ainda que o cartão de crédito é a principal modalidade de dívida, sendo utilizado por 86% do total de endividados.
As projeções da Confederação apontam que o percentual de famílias endividadas deve finalizar o ano em um valor próximo ao registrado em julho, de 78,4%.
Divisão por gênero
No recorte por gênero, as mulheres tiveram nível de retração de 0,8 p.p. em comparação com o mês anterior e registraram valor igual ao de julho de 2023.
Enquanto isso, os homens tiveram suas dívidas estáveis na comparação com junho e registraram aumento de 0,8 p.p. em dívidas em julho deste ano sobre o mesmo mês do ano anterior.
Inadimplência
No período comparativo com o mês anterior, a inadimplência — ou seja, quado se deixa de pagar uma conta no prazo estipulado — teve estabilidade no patamar de 28,8%.
Na variação anual, houve queda de 0,8 p.p.
As projeções da CNC, no entanto, indicam que deve haver aumento no percentual de famílias com dívidas em atraso. Em dezembro este número deve chegar a 29,5%.
Divisão por renda
No recorte por renda, a pesquisa aponta que a população com rendimento de até três salários mínimos teve redução de 0,3 p.p. no endividamento na comparação mensal.
Apesar disso, essa parcela da população teve aumento de 0,3 p.p. no índice de inadimplência. Ou seja, essas pessoas estão menos endividadas, porém mais inadimplentes.
Os brasileiros com renda de três a cinco salários mínimos também tiveram redução do endividamento. Neste caso, de 0,5 p.p. Acompanhando o movimento, houve aumento de 0,9 p.p. na inadimplência dessa população.
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