Os Jogos Olímpicos começam oficialmente nesta sexta-feira (26) com uma cerimônia de abertura extravagante no coração de Paris, mas um ataque de vândalos à rede ferroviária de alta velocidade TGV da França expôs os riscos de segurança em um momento em que todos os olhos estão voltados para o país.
As ações coordenadas dos sabotadores causaram grandes transtornos a algumas das linhas ferroviárias mais movimentadas da França. O comitê organizador Paris 2024 disse que a cerimônia de abertura das Olimpíadas será realizada conforme planejado.
Ninguém reivindicou a responsabilidade pela sabotagem. Os ataques ocorreram longe de Paris, em um momento em que uma operação de segurança maciça realizada na capital para a cerimônia de abertura, envolvendo cerca de 45 mil policiais e milhares de soldados, sugou recursos de segurança de outras partes da França.
O desfile de abertura contará com uma procissão de barcaças que levará cerca de sete mil atletas ao longo do Rio Sena, passando pelos marcos mais famosos de Paris, enquanto mais de 300 mil espectadores assistirão das margens.
Desde os últimos Jogos – os Jogos Olímpicos de Inverno realizados em Pequim em 2022 – guerras eclodiram na Ucrânia e em Gaza, proporcionando um cenário internacional altamente tenso. A França está em seu mais alto nível de segurança, embora as autoridades tenham dito repetidamente que não há nenhuma ameaça específica à cerimônia de abertura ou aos Jogos.
Como parte de uma ampla operação de segurança, as autoridades usaram os poderes concedidos por uma lei antiterrorismo, colocando 155 pessoas sob medidas de vigilância que limitam estritamente seus movimentos, segundo dados oficiais e uma análise de casos feita pela agência de notícias Reuters.
Enquanto isso, os atletas israelenses estão sendo escoltados por unidades táticas de elite para ir e voltar dos eventos e recebem proteção 24 horas por dia durante os Jogos Olímpicos, segundo as autoridades.
Dezenas de líderes mundiais estão em Paris para a cerimônia de abertura, que será protegida por atiradores de elite nos telhados. O leito do rio Sena foi varrido em busca de bombas, e o espaço aéreo de Paris será fechado.
Para os Jogos Olímpicos em geral, aviões de vigilância por radar e drones Reaper monitorarão locais sensíveis de cima, e os caças Mirage 2000 estarão de prontidão para interceptar aeronaves que se desviarem para o espaço aéreo restrito.
Tudo pronto
“Tudo está pronto”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, em um vídeo postado no rede X (antigo Twitter). “Até os anéis (das Olimpíadas) estão lá”, disse ele, com vista para a torre Eiffel. “Aproveitem os Jogos!”, anunciou.
Macron, que conquistou um segundo mandato há dois anos, esperava que as Olimpíadas consolidassem seu legado.
Mas sua aposta fracassada em uma eleição legislativa antecipada o enfraqueceu e lançou uma sombra sobre sua força no cenário internacional.
A alta segurança também provocou muita reclamação entre os parisienses depois que a polícia impôs uma zona de segurança ao longo do rio Sena antes da cerimônia de abertura, erguendo barreiras de metal para cercar os bairros e exigindo autorização – passes com códigos QR – para entrar.
Os cafés ao longo das margens do Sena, que normalmente fervilham de atividade no verão, ficaram muito quietos devido às restrições.
Isso não ajudou a melhorar o clima nacional em relação à Olimpíada, que Macron espera que melhore quando os Jogos começarem de fato.
A invasão da Rússia na Ucrânia significa que a delegação de atletas de Moscou, normalmente enorme, foi reduzida a 15 que atenderam e aceitaram os requisitos de elegibilidade para competir como neutros, de acordo com uma lista publicada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 20 de julho.
Belarus enviará 17 atletas para competir como neutros. A Ucrânia está remetendo 140 atletas – seu menor contingente desde o colapso da União Soviética.