Narrador da Globo se queixa da qualidade da cobertura esportiva atual: ‘Mudou muito’

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Narrador da Globo, Milton Leite expôs as principais dificuldades da cobertura esportiva atualmente. Com 30 anos de profissão, o jornalista relatou que a qualidade se perdeu devido ao avanço das mídias sociais e, no futebol, uma posição mais fechada adotada pelos times. “É muito mais blindado”, reclamou.


Leite elogiou as mudanças tecnológicas, que permitem uma transmissão mais apurada das principais partidas, mas reclamou que as entrevistas não são mais como antigamente, em que se tinha uma maior sinceridade e espaço para tirar novidades dos jogadores.


“Os times hoje são muito mais fechados do que eram na época em que comecei. Quando eu trabalhava em Jundiaí, na rádio, o jogo acabava e o jornalista entrava no vestiário. Tinha um tomando banho, outro pelado andando, você ia entrevistar o cara. Isso acabou”, detalhou em entrevista à Quem.

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“Agora, você tem aquela entrevista coletiva lá no final do jogo de dois ou três caras e ponto-final. Hoje em dia, aqui no Brasil, só o técnico fala na coletiva. Os jogadores, se quiser, você pega lá na zona mista do pós-jogo. E treino então? Jornalista não consegue mais assistir aos treinos”, reclamou ele.


“Se você quiser saber o que aconteceu durante a semana com aquele time, você tem que confiar no que está falando da assessoria de imprensa do clube. Tudo isso mudou. É muito mais blindado, muito mais fechado. A relação mudou muito e tem coisas boas e tem coisas ruins, né?”, declarou o jornalista.


É uma relação muito distante. A cobertura do dia a dia é toda igual porque todos os jornalistas tiveram uma mesma pessoa para entrevista. Todo mundo ouve todas as entrevistas, todas as perguntas. É difícil ter uma exclusiva.
“Precisa passar pelo assessor de imprensa do jogador, pelo empresário do jogador, pela assessoria de imprensa do clube, pela direção do clube… É tanta gente para dar o aval que acaba raramente saindo uma entrevista que não é da coletiva”, reclamou ele.


O narrador ainda acrescentou que a vontade de aparecer nas redes sociais e viralizar acaba fazendo com que se perca totalmente a qualidade. “Todo mundo quer virar meme, fazer piada, fazer uma gracinha porque sabe que isso vai repercutir nos sites, nos blogs e na TV. Com isso, acho que a gente perdeu muito em termos de qualidade de informação”, afirmou.


“Embora haja muita qualidade em gente jovem que está surgindo, há uma impregnação desse lance de memes, de como repercutir nas redes sociais… Tem gente que já vai pro jogo com algo pensado para falar porque sabe que aquilo vai ter alguma repercussão. Nesse sentido, a gente perdeu muito. Ganhamos de um lado, perdemos em outro”, pontuou.


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