Devido ao baixo volume de água no Rio Juruá, seis embarcações estão encalhadas no trecho entre Cruzeiro do Sul e Porto Walter, com mercadorias para abastecer o comércio do município. A viagem de barco, que antes levava cerca de 9 horas, agora pode demorar até 5 dias, devido aos constantes encalhamentos.
José Francisco Gonçalves Pinheiro, que trabalha com açougue e frios, descreve a situação como uma das piores que já vivenciou. Afirma que a situação tende a piorar, já que o verão amazônico está apenas começando.
“Na semana passada tivemos muitas dificuldades, passando dois dias encalhados em um trecho do rio. Atualmente, há cerca de seis barcos encalhados e os donos de embarcações estão cobrando mais pelo transporte, o que complica ainda mais a situação. Os produtos chegam estragados, e isso torna muito difícil para nós, que trabalhamos com comércio de alimentos. Não chega mais nada fresco em Porto Walter”, relata.
Estrada aberta com roçadeiras
Revoltados com a escassez de produtos no município, cerca de 40 moradores estão desde a semana passada abrindo “na marra” um ramal de 90 quilômetros que liga Porto Walter a Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul. O ramal foi aberto em 2021 pelo governo do Estado e prefeituras.
Em dezembro do ano passado, a pedido do Ministério Público Federal, a Justiça Federal determinou o fechamento do trecho e proibiu intervenções no local devido a falta de licenciamento ambiental. A via corta parte da Terra Indígena Jaminawa do Igarapé Preto e impacta áreas de preservação permanente.
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