Foi realizado nesta terça-feira, 9, em Xapuri, o 1º Seminário de Educação do Campo para a Reforma Agrária no Acre, do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).
O evento é organizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), pela Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares do Estado do Acre (Fetacre) e pelo Movimento de Mulheres Camponesas. Na segunda-feira, 8, o Seminário foi realizado em Rio Branco.
Criado em 1998, o Pronera tem como propósito atender jovens e adultos moradores de assentamentos criados e reconhecidos pelo Incra, comunidades quilombolas, docentes e demais profissionais que exercem atividades educacionais voltadas para as famílias beneficiadas pela reforma agrária.
No evento, foram firmados compromissos com instituições de ensino superior, como a Universidade Federal do Acre (Ufac) e o Instituto Federal do Acre (Ifac), para a formação de grupos de trabalho para a apresentação de projetos que possam resultar na liberação de recursos por meio do Incra para a concretização de cursos superiores para o campo.
Para o superintendente do Incra no Acre, Marcio Alecio, o seminário foi um momento muito importante para se discutir a ‘educação que precisamos no campo que queremos’.
“Para que a gente possa se desafiar a ofertar cursos tecnológicos e de nível superior através do Pronera, onde as lideranças dos projetos de assentamentos, das áreas de regularização fundiária, puderam debater o tema para que a gente possa sonhar com cursos superiores, e saímos com bons encaminhamentos tanto do Ifac quanto da Ufac”.
Ariadina Almeida, do Movimento de Mulheres Camponesas, afirmou que as possibilidades de implementação de cursos superiores para o campo aumentaram com o governo Lula.
“A gente sabe que tem muito jovem ocioso no campo, que terminaram o ensino médio e que precisam ter uma formação superior, e que eles acabam vindo para a cidade para trabalhar na informalidade ou então se juntar a outros desempregados, então a gente está bem contente e com muita expectativa de que o Pronera possa trazer mais oportunidades para o jovem do campo”, disse.
Para o presidente do Conselho Nacional dos Povos Extrativistas (CNS), Júlio Barbosa de Aquino, a expectativa é grande para que aconteça uma revolução nos territórios a partir de investimentos dessa natureza.
“Um programa como esse, que estava parado há 28 anos e que agora está sendo retomado pelo presidente Lula, tem um papel muito importante para a nossa categoria de extrativistas, para quem a educação ainda é um gargalo muito grande”, pontuou.
Moradora do Assentamento Tupá, onde está assentada desde 2009, a produtora rural Maria Benedita diz que a Reforma Agrária está voltando a enxergar os assentados com relação a apoio.
“Agora eu tenho certeza de que vai dar certo. Estou muito feliz”, afirmou ela, que participou do seminário em Xapuri representando todos os assentados da sua área.
Sobre o Pronera
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) apresenta e apoia projetos de ensino voltados ao desenvolvimento das áreas de reforma agrária, e é direcionado a jovens e adultos moradores de assentamentos criados ou reconhecidos pelo Incra, quilombolas, professores e educadores que exerçam atividades educacionais voltadas às famílias beneficiárias, além de pessoas atendidas pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).
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