Na manhã desta sexta-feira (05), a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) promoveu uma sessão solene em homenagem ao Dia Estadual do Policial Civil, celebrado anualmente no dia 19 de julho. A solenidade foi uma iniciativa do deputado Clodoaldo Rodrigues (Republicanos), que apresentou o requerimento em reconhecimento à importância e ao trabalho árduo desempenhado pelos policiais civis do Estado.
A sessão contou com a presença de diversas autoridades, membros da Polícia Civil, representantes do governo estadual, e familiares dos homenageados. Em seu discurso de abertura, o deputado Clodoaldo Rodrigues destacou a dedicação e o comprometimento dos policiais civis na garantia da segurança e da justiça para a população acreana.
“Hoje é um dia de reconhecimento e agradecimento aos nossos policiais civis, que enfrentam desafios diários com coragem e determinação, sempre em prol da sociedade”, afirmou o deputado, ao dar início aos trabalhos. Rodrigues expressou sua gratidão pela oportunidade de realizar a sessão solene e fez questão de cumprimentar diversas autoridades presentes.
Ele ressaltou a importância da união entre todos os membros da Polícia Civil, independentemente de suas funções. “A corporação não é só delegado, não é só agente, somos todos juntos. Nós temos que fortalecer a nossa instituição, porque assim, a gente pode até reclamar, mas quem vem lá de trás como a gente, a situação já foi pior, bem pior”, disse Rodrigues, mencionando a evolução da instituição ao longo dos anos.
Rodrigues compartilhou histórias pessoais e memórias de sua trajetória na Polícia Civil, destacando as dificuldades enfrentadas no passado e o progresso alcançado. Ele mencionou especificamente o trabalho de delegados e agentes em regiões como o Juruá, enfatizando a dedicação de profissionais como o delegado Ananias e o delegado Alex Naldo.
Ao abordar as melhorias necessárias para a Polícia Civil, Rodrigues destacou que, embora a questão salarial seja importante, há outras áreas que também precisam de atenção. Ele mencionou a necessidade de investimentos em infraestrutura, tecnologia e capacitação dos policiais.
O parlamentar reafirmou seu compromisso em continuar trabalhando pela valorização e fortalecimento da Polícia Civil enquanto estiver na Aleac. “Eu quero contribuir. Quero ajudar a corporação,” declarou Rodrigues, recebendo aplausos dos presentes.
Posicionamento dos representantes dos policiais civis
O delegado Marcos Cabral, presidente da Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado, destacou os desafios enfrentados pela categoria e a necessidade de maior valorização por parte do governo. Ele ressaltou a crise na segurança pública do Acre, agravada pela inserção do crime organizado e pela desvalorização da categoria.
“A Polícia Civil do Acre enfrenta uma grave crise na segurança pública, com inserção alarmante do crime organizado e falta de valorização. O rebaixamento da corporação pelo atual governo demonstra falta de reconhecimento, e nossas delegacias operam em condições precárias, comprometendo a eficiência do trabalho investigativo. Nossos policiais, que arriscam suas vidas diariamente, merecem condições dignas de trabalho, respeito e reconhecimento”, afirmou Cabral.
Em seu discurso, Luciano, representante da classe dos escrivães, destacou a importância dos escrivães na Polícia Civil. Ele ressaltou a defasagem no número de escrivães, que atualmente é de 95, enquanto a previsão legal é de 160, e pediu aos deputados que revisassem essa questão para melhorar as condições de trabalho e a eficiência da corporação.
“Hoje é um dia de agradecimento, e não quero trazer descontentamento. A nossa lei orgânica, que precisa de reformulação, prevê 160 escrivães, mas temos apenas 95 atuando. Precisamos que essa casa legislativa olhe para essa defasagem e para a segurança pública. A Polícia Civil, em sua luta por melhorias, está de parabéns. Peço aos nossos parlamentares e ao governador que olhem com atenção para nossa instituição,” afirmou Luciano.
Rafael Diniz, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Acre (Sinpol), destacou a importância da comemoração e agradeceu a Deus pela oportunidade de representar a categoria. Ele enfatizou a dedicação e o trabalho árduo dos policiais civis, elogiou o apoio recebido do parlamento, e mencionou a relevância da união entre as diferentes classes da polícia civil. O policial também reiterou a necessidade de cooperação entre todas as entidades representativas.
“Eu sempre falo que dos três poderes constituídos, executivo, judiciário, o parlamento, sem dúvida nenhuma, é o que mais abraça a categoria policial civil. Esse dia é nosso. Não é o dia do Sinpol, é o dia do policial civil e nós somos um só. Tenho um sonho, um sonho que vou ver realmente a minha instituição unida, não de falácia, não de oratória, mas unida,” afirmou Rafael Diniz.
Delegado-geral Henrique Maciel destaca investimentos na Segurança Pública
No discurso do Diretor-geral da Polícia Civil, Henrique Maciel, foram destacados os significativos avanços e investimentos em prol da segurança pública no Estado. Com uma equipe qualificada e determinada, Maciel enfatizou a importância de parcerias estratégicas e a implementação de novos recursos para fortalecer as operações policiais em todo o território.
“Hoje as pessoas não estão mais vindo de longe para fazer perícia em Rio Branco. Entregamos um novo núcleo em Brasileia, equipado com médicos capacitados, reduzindo significativamente o tempo de resposta nos mais diversos casos”, explicou Henrique Marcel. “Essas iniciativas refletem nosso compromisso em trazer serviços essenciais para mais perto da população, como os três novos peritos em Sena Madureira, agilizando investigações e contribuindo para a segurança pública.”
Além dos avanços em infraestrutura, Maciel ressaltou programas como o Qualidade de Vida, focado na saúde mental dos policiais, e o Pacificar, que promove uma cultura de paz através do diálogo e da reconciliação comunitária. “Estamos investindo não apenas em infraestrutura, mas também no bem-estar de nossos agentes e na resolução pacífica de conflitos”.
Por fim, o Diretor-geral destacou os esforços contínuos para melhorar as condições de trabalho dos policiais, com reformas em delegacias e a criação de novos espaços para advogados, garantindo o acesso à justiça para todos. “Estamos construindo uma nova era para a segurança pública no Acre, focada na eficiência operacional e no respeito aos direitos individuais,” concluiu Henrique.
Policial “Quenturinha” é homenageado durante a solenidade
O policial civil conhecido como ‘Quenturinha’, que foi homenageado no centro do Plenário pelos anos de dedicação à corporação, relembrou com gratidão seus 33 anos e 6 meses dedicados à Polícia Civil do Acre. Com uma trajetória marcada por diligência e dever, ele compartilhou suas experiências operacionais, desde confrontos com criminosos até missões de resgate em áreas remotas.
“Eu entrei na Polícia Nacional em 1983, aos 22 anos, e, desde então me mantive comprometido com a segurança pública”, destacou. Ele ressaltou orgulhosamente que sua conduta exemplar nunca esteve sob escrutínio judicial ou administrativo, cumprindo suas obrigações com zelo e responsabilidade, inclusive em situações desafiadoras como o resgate de cadáveres em condições adversas. “Hoje, vejo meu legado presente na segurança pública, com inovações que contribuíram para o bem-estar da população e o profissionalismo da instituição”, afirmou, expressando sua gratidão aos colegas, superiores e à comunidade pela oportunidade de servir.
Finalizando a solenidade, o deputado Clodoaldo Rodrigues expressou profunda gratidão a todos os presentes, destacando a importância de cuidar das pessoas, especialmente dos policiais civis do Acre. Ele enfatizou a necessidade urgente de valorização e reconhecimento da corporação, comparando sua situação atual à de outras instituições que já enfrentaram desafios similares de desvalorização ao longo dos anos.
“Não vamos permitir que a Polícia Civil caia no descrédito da sociedade acreana”, afirmou, comprometendo-se a lutar incansavelmente por melhores condições e apoio para a categoria. O deputado reiterou sua identidade como policial civil antes de qualquer outro cargo político, garantindo que sua prioridade será sempre a defesa e o fortalecimento da instituição à qual pertenceu e que continua a servir com tanto orgulho.