Viaduto da AABB será batizado com nome Mamed Bittar, pai do senador Bittar

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Marcos Venicios
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Considerada uma das maiores obras da história do Acre, anunciada nesta quarta-feira, 3, pelo prefeito Tião Bocalom e o governador Gladson Cameli, o viaduto da Avenida Ceará, próximo à Associação Atlética do Branco do Brasil (AABB), em Rio Branco, não é só um marco na infraestrutura do Estado, mas também é o símbolo da luta e reconhecimento de uma família de trabalhadores descendentes de árabes que chegaram ao Acre na década de 70 com o intuito de ter oportunidade de uma vida nova. Trata-se da Família Bittar, que foi homenageada durante a solenidade da assinatura ordem de serviço com a informação que o empreendimento terá o nome de Mamed Bittar, pai do senador Márcio Bittar (União Brasil), principal financiador da obra com alocação de emenda de quase R$ 25 milhões.



O prefeito Bocalom foi responsável por fazer a surpresa. Nada foi combinado e durante a solenidade o gestor fez com que Bittar se emocionasse. De um gesto de reconhecimento, Márcio o agradeceu com um abraço forte, que não é apenas o que fazem aliados ou amigos, mas irmão. “Eu não esperava tamanho reconhecimento. Tocou minha alma. Essa homenagem ao meu pai é um ato lindo que não lembra só a história de um homem guerreiro que tinha como filosofia de vida o trabalho. Eu era um cara apaixonado pelo meu pai, vivi com meu pai, morei com meu pai”, disse o senador ao relembrar que aos 14 anos largou a escola para ajudar Mamed na fazer. “Ele é o meu ídolo”.


A escolha do nome de Mamede Bittar para batizar o viaduto não é só pelo fato do filho garantir os recursos para a execução da obra, mas sim a ligação da família Bittar com a região da Isaura Parente. “Quando eu era criança, nós morávamos na Isaura Parente com a esquina da Antonio da Rocha Viana. E a saída para Sena Madureira, para a Fazenda Liberdade que ele tanto amava, era por ali. E o Bocalom falou uma coisa que era verdade. Naquela época a Isaura Parente chegar até o final, no meio do caminho era só o trieiro e depois que foi aberto e tal. E o papai amava passar por ali no verão”, relembrou o congressista, que fez questão de estender a homenagem a todos aquele que vieram para o Acre ajudar a desenvolver a região.

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De origem Siria, os avós de Márcio Bittar, pais de Mamed, eram beduinos, povo nômade que vive nos desertos do Oriente Médio e do norte da África, considerados criadores de animais, já os pais Manife, mãe do senador, eram da região de Damasco e eram grandes comerciantes. Foi com a vocação de beduinos, a família se instalou em São Paulo e logo depois se mudou para o Mato Grosso. “Passados alguns anos, ao ouvir no rádio o convite do então governador do Acre Francisco Wanderley Dantas, o Dantinha, convidando as pessoas para virem para o Acre, meu pai já com seis filhos e minha mãe, veio desbravar essa terra, abrir novos caminhos”, contou Márcio, relembrando que no primeiro momento o patriarca da família veio sozinho para o Acre e somente dois anos depois retornou a Cuiabá para pegar a sua família.


Ao chegar em Rio Branco, Mamed logo comprou a sua primeira fazenda em Sena Madureira, batizada de Liberdade e lá construiu o seu legado. Com problemas com a diabetes, o pecuarista faleceu em 1988, aos 56 anos. “Ele faleceu muito novo. A diabetes matou meu pai. Naquela época não tinha os remédios que tem hoje”, lamente o filho.


“Eu sei que eu chorei muito com homenagem. O único que sabia do nome era o meu chefe de gabinete. Ele disse que sabia, mas ele até brincou dizendo que é o homem que guarda o segredo. Foi uma emoção muito forte até porque junta muita coisa, essas emendas que estão saindo, hoje no Acre tem mais de R$ 500 milhões em obras sendo executados graças a emendas nossas entre prefeituras e governo do Estado. Na época em que eu fui relator eu passei um perrengue danado e isso me emociona muito. Quando fui relator, todo mundo acompanhou aquela discussão do orçamento secreto. Fui relator por quase 3 anos e aquilo me fez viver uma gangorra danada, pensei que iria arrumar uma bolada para o Acre. Quando aprovou o orçamento veio uma avalanche de críticas e criou-se uma versão que muitas vezes não corresponde a verdade. Quantos senadores e deputados falaram mal da emenda sendo que pegaram emenda de relator e eu tinha vontade de rebater, mas tinha medo de colocar mais lenha na fogueira e acabar perdendo dinheiro para o Acre”, relata Bittar ao enfatizar episódio em que teve um desentendimento com o então ministro da fazenda, Paulo Guedes, que defendia que o senador pelo Acre abrisse mão das emendas do Acre, mas graças a intervenção de Bolsonaro, os investimentos foram mantidos. “Por isso eu gosto desse cara”, revelou.


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